MEU CRIADOURO

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segunda-feira, 8 de março de 2010

CRIAÇÃO: OS DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO DAS FÊMEAS

OS DISTÚRBIOS NO COMPORTAMENTO DAS FÊMEAS

O sucesso de criação depende do bom comportamento das fêmeas. Normalmente a fêmea colocada na presença do macho, faz o ninho, põe, choca os ocos e alimenta as filhotes. O macho pode ajudar na construção do ninho, pode chocar os ovos e participa na alimentação dos filhotes; sua função torna-se cada vez mais importante à medida que os filhotes crescem.

Os principais problemas do comportamento concernentes às fêmeas são os seguintes:

A FÊMEA NÃO PÕE

A FÊMEA DESTRÓI CONSTANTEMENTE O NINHO

A FÊMEA PÕE FORA DO NINHO

A FÊMEA PÕE SEM PARA

A FÊMEA PÕE, MAS NÃO INCUBA

A FÊMEA PICA OS OVOS

OS FILHOTES SÃO ATIRADOS PARA FORA DO NINHO

OS FILHOTES SÃO POUCO OU MAL NUTRIDOS

A FÊMEA PICA OS FILHOTES

Estudaremos todos esses diferentes casos.


A FÊMEA NÃO PÕE

Normalmente a postura é desencadeada pela visão do ninho; ela é favorecida pela presença do macho. Na ausência de ninho, a presença de m recipiente côncavo pode incitar a fêmea a por: ela pode por num comedouro. Mas é necessário que a fêmea esteja pronta para por e ainda que seu ovário contenha os futuros óvulos. Isto supõe que a temperatura e a luz tenham variado normalmente como aquelas produzidas na primavera. Muita luz e sem muito calor ou o inverso, muito calor e pouca luz provocam uma alteração do ciclo sexual, que é freqüentemente acompanhada por uma muda parcial.

Se a fêmea não põe, malgrado a presença do ninho e aquela do macho, pode-se mudar o macho e trocá-lo por outro mais ardente, mais viril. Se o comportamento da fêmea não muda, é necessário trocá-la por uma outra.

A melhor fêmea é uma de dois anos, cujo comportamento terá sido testado no ano anterior. Uma fêmea muito velha pode estar inapta a postura: ela tornou-se estéril.

A FÊMEA DESTRÓI CONSTANTEMENTE O NINHO


A maioria das fêmeas constróem metodicamente o ninho; empregam materiais grosseiros, depois materiais finos para o acabamento.

Algumas começam a construção do ninho sem contudo acabar: elas confundem freqüentemente os materiais e finalmente o primeiro ovo é posto num ninho inacabado e muito mal feito.

Geralmente este comportamento é hereditário, ele persiste de ano a ano. A fêmea não sabe fazer o ninho, isto porque ela nasceu geralmente num ninho mal feito.

O criador deve intervir para terminar o ninho ou oferecer à fêmea um ninho completamente feito.

No caso de um ninho de canários pode-se aí colocar um ninho de fibras de coco comprado no comércio. Aos exóticos pode-se oferecer um ninho bola, em vime, no interior do qual se cola um revestimento macio, que o pássaro não poderá arrancar. Geralmente o criador se contenta de terminar o ninho, aí colocando um suplemento de materiais e construindo uma cavidade para os ovos. Ele pode obter esta cavidade, fazendo rodar uma maçã no interior no ninho, ou moldando com sua mão.

Como no curso da criação, o ninho se suja, ela não pode hesitar em mudar o revestimento no momento em que ele se torne muito sujo.

Os filhotes têm necessidade de asseio e esta limpeza agirá sobre seu comportamento de adulto. Isto é sobretudo necessário quando o número de filhotes é importante. Isto é indispensável no momento em que os filhotes defecam sobre as paredes do ninho (mandaris, manons, etc.) e quando os pais penetram no ninho par alimentá-los.


A FÊMEA PÕE FORA DO NINHO

Sucede que uma jovem fêmea põe fora do ninho, seja sobre o fundo da gaiola, seja num comedouro. Ela não compreendeu a função do ninho que o criador ofereceu, e nem adotou.

O mais simples é colocar o ovo no ninho onde ele deveria ser posto; faz-se o mesmo para o segundo ovo, e assim por diante até a obtenção de uma postura normal, quando se coloca no ninho. Se as postura se faz num comedouro, tira-se o comedouro à noitinha, uma vez que a postura tem geralmente lugar as nascer do dia. Para seduzir a fêmea no ninho, pode-se aí colocar um oco claro (dum outro casal) ou um ovo falso.

É possível que a fêmea não ponha no ninho, porque ela está infestado pelos piolhos ou porque não é suficientemente próprio. O asseio é necessário e é preciso então mudar ao menos o revestimento do ninho entre duas ninhadas; contra os piolhos, emprega-se um inseticida em pó a base de piretrinas.

A FÊMEA PÕE SEM PARA



Encontra-se no ninho uma quantidade de ovos normal. No caso de uma espécie onde macho e fêmea são parecidos, é possível que o casal compreenda duas fêmeas. Isto se observa no caso dos manos, agapornis, mas também nos canários. É necessário sexar atentamente os pássaros.

Mas um casal normal, a fêmea pode por numerosos ovos. Geralmente são ovos claros e isto ocorre porque quando uma primeira postura era feita de ovos claros, a fêmea continuava a por. Uma observação atenta do número de ovos teria permitido ao criador ver que não se tratava de uma só postura, mas de duas sucessivas separadas por 5 a 6 dias.

Algumas fêmeas são capazes desde o 50 dia de reconhecer se um ovo está claro ou não; neste momento, elas podem abandonar o ninho ou por de novo.

Uma perturbação do comportamento pode explicar uma postura abundante e continua. A fêmea é vítima de um desarranjo endócrino.

Normalmente quando a postura atingiu a cifra própria à espécie (5 a 6 ovos no máximo), uma inibição se produz e isto bloqueia a produção de óvulos pelo ovário. Em alguns pássaros mais sensíveis que outros, o bloqueio tem lugar mais cedo e a fêmea põe menos ovos. A postura torna-se continua quando o bloqueio não tem lugar. É necessário tirar a fêmea e trocá-la por uma outra. Esta perturbação desaparece geralmente quando a fêmea é colocada em viveiro não contendo qualquer ninho, sobretudo na ausência de machos. Pode-se também atenuar-se pouco a pouco; a fêmea podendo por ainda alguns ovos num comedouro, antes de se tirar definitivamente.

A FÊMEA PÕE, MAS NÃO INCUBA



Esta perturbação pode Ter várias causas.

O desenvolvimento é desfavorável; há muito barulho ou a fêmea está inquieta. Pode ser suficiente mudar o lugar do ninho ou aquele da gaiola: a primeira ninhada estará perdida, mas uma segunda será levada a tempo.

A fêmea não choca porque os ovos estão claros, e isto porque ela não foi coberta pelo macho. É necessário tirar os ovos e aguardar uma Segunda postura. Se a fêmea não choca, é preciso mudar o macho. O melhor macho é aquele que não somente cobre freqüentemente a fêmea, mas também que a ajuda a ir para o ninho. Alguns machos chocam tanto e mesmo mais que a fêmea, mas o mais freqüente e necessário é que a fêmea comece a chocar.

A FÊMEA PICA OS OVOS

Acontece quando os pássaros comem os ovos. O criador que constata a presença de um ovo e não o vê no dia seguinte ou quando o número de ovos diminui. Freqüentemente não fica nenhum traço do ovo desaparecido: ele foi comido.

Um pássaro pode muito bem comer um ovo. Costumeiramente quando um filhote eclode, não se acha a casca: ele a comeu e isto evita que ela atraia a atenção de um predador, o que pode ter lugar quando a casca vazia é lançada fora do ninho. Sabe-se assim quando os pássaros de gaiolas podem consumir os fragmentos de cascas; esses fragmentos dados pelo criador são uma fonte de cálcio. Por prudência ele vai dar o melhor, um osso de ciba (sépia), ostras trituradas ou fragmentos de cascas de ovos...

É anormal que um ovo seja comido depois de ter sido posto. Geralmente, o criador acusa o macho. Pensa-se que o macho viu o ovo um corpo estranho que ele quer tirar do ninho; o ovo é quebrado e comido. Isto é possível, mas a fêmea pode comer os ovos. É o que tenho constatado com um casal de mandarins. Para saber se comia o ovo, coloquei sobre a casca um produto utilizado para impedir as crianças de roer as unhas. Um primeiro ovo desapareceu sem problema aparente nos pássaros.

Porém após o desaparecimento do segundo ovo, a fêmea foi gravemente intoxicada, enquanto que o macho ficou normal. A mãe era, pois, culpada. É preciso, então, no momento em que os ovos desaparecem depois de terem sido postos, tirar a fêmea e trocá-la por uma outra.

OS FILHOTES SÃO ATIRADOS PARA FORA DO NINHO



Acontece quando os filhotes são encontrados fora do ninho, sobre o fundo da gaiola. Freqüentemente apresentam feridas provocadas por cortes de bico.

No momento em que o criador se apercebe, rapidamente deve colocar os filhotes no ninho. Podem cair acidentalmente ou ser assassinados pelas patas da fêmea, quando abandona muito brutalmente o ninho.

É necessário então evitar assustar a fêmea que choca, e cuidar para que o ninho seja suficientemente profundo.

Mas é possível que os filhotes tenham sido lançados fora do ninho por um dos pais. Pouco depois da eclosão, o principal culpado é o macho; ele não reconheceu no filhote o produto de um ovo, e o lançou para fora numa preocupação de propriedade, ou de defesa do ninho. Neste caso, é preciso tirar o macho, esperando que todos os filhotes tenham eclodido e chegado a ser bastante grandes. No Diamante de Gould, mais sujeito ao estresse, o macho pode reagir a uma perturbação (barulho, visitante estranho ...) lançando os filhotes pouco depois.

No momento em que os filhotes estão emplumados e prontos para sair do ninho, podem ser lançados pela fêmea desejosa de limpar o ninho para tornar a por. Algumas fêmeas tornam a por num ninho ainda ocupado, mas outras expulsam os filhotes a golpes de bico. O sangue pode ocasionar a bicagem: os filhotes estando ainda depenados. Eles podem morrer.

OS FILHOTES SÃO POUCO OU MAL NUTRIDOS



O crescimento dos filhotes é programado: se ele é retardado, os pais podem abandoná-lo. Na natureza um retardamento no crescimento corresponde a uma doença ou ainda ela afeta o último-nascido; esses pássaros estão condenados; eles não darão jamais um adulto robusto; os pais tem pressa de fazer uma nova ninhada, e cessam de alimentar os atrasados. Este comportamento permite a seleção natural indispensável a sobrevivência da espécie.

Na criação, o atraso de crescimento tem as mesmas causas, mas o abandono é menos brutal. Um pássaro cego será alimentado tanto quanto será capaz de pedir com insistência sua alimentação: cessará de o ser, quando não virar mais o bico do lado certo. Os filhotes debilitados por doença (freqüentemente colibacilose) serão cada vez menos alimentados visto que eles terão cada vez menos força para pedir, levantar a cabeça e abrir o bico.

No que concerne aos filhotes de crescimento mais lento numa ninhada, trata-se ou de mutantes, ou de últimos nascidos, Para salvá-los, o criador confiá-los-á a outros pais, que tenham filhotes no mesmo estágio ou mais filhotes. Para que todos filhotes de uma ninhada sejam salvos, é necessário que a ninhada fique homogênea, isto quer dizer que todos os filhotes cresçam regularmente.

Pode-se ativar o crescimento dos filhotes, dando-lhes uma pasta enriquecida em vitaminas e oligoelementos. No início do crescimento, os protídios devem representar perto de 25% da ração; a seguir sua taxa deve diminuir regularmente em benefício dos glucidios (amidos dos grãos). Na natureza, os pássaros aí compreendidos, os granívoros, fornecem aos recém nascidos uma alimentação muito rica à base de insetos e de polén, bem como filhotes de larvas e grãos germinados. Por conseguinte, eles dão mais grãos de amoras:

Se é necessário, em caso de doença, utilizar um antibiótico, ele deve ser associado a uma mistura vitaminada de grãos germinados.

Um antibiótico pode provocar uma carência em vitaminas e retardar o crescimento...!

A FÊMEA PICA OS FILHOTES


Dissemos qual a fêmea desejosa de por pode expulsar os filhotes para fora do ninho e picá-los par arrancar-lhes as penas. Esta hostilidade cessa no momento em que os filhotes deixam o ninho, salvo se o sangue correu. No último caso, a visão do sangue tem um efeito agressivo: ele estimula a bicagem. É necessário isolar o filhote, tirar a pensa que sangra e colocar um pó bactericida sobre a ferida.

Filhotes machos podem ser igualmente picados pelo pai que os deseja expulsar. Se os filhotes devem ser deixados na presença dos pais, é necessário dispor de uma gaiola suficientemente grande ou colocar uma separação através da qual os pais poderão alimentar os filhotes.

Quando uma gaiola é muito pequena os pais tem tendência a picar os filhotes. Pode-se também evitar isto, colocando os pais e os filhotes que deixaram o ninho numa outra gaiola, onde não haverá ninho.

CONCLUSÃO

Os distúrbios de comportamento não são raros numa criação. Isto vendo fato de que se está longe das condições naturais bem como em matéria de ambiente, quer de material ou de alimentação. Cuidados de atenção e a experiência permitem evitá-las ou tratá-las. A maior parte dessas perturbações não são hereditárias e não duram de ano a ano. O criador deve ter interesse de possuir muitas fêmeas e vários machos de reserva; mudam o macho ou a fêmea sendo este o meio mais eficaz para por fim a um distúrbio de comportamento que torna um casal improdutivo.



Maurice Pomarede – França
Revista Pássaros Ano 3 nro 09/98

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