MEU CRIADOURO

MEU CRIADOURO
FOTO 01

sábado, 19 de junho de 2010

DIFERENÇA ENTRE UM CRIATÓRIO LEGAL E UM TRAFICANTE DE AVES SILVESTRES

O Autor
Dr. Stanislaw Szaniecki

Sem exagero, é a mesma que existe entre um médico obstetra e alguém que se dedica a fazer ilegais abortos! O obstetra dedica seu conhecimento e aptidão a proteger e amparar a VIDA – de Mãe e filho, enquanto o outro, com sua sórdida atividade, por dinheiro e sem respeito à moral e ética, promove a MORTE de indefesos inocentes!

Não podemos ter dúvidas nem hesitações em diferenciá-los! E lamentamos que, com considerável freqüência, o próprio IBAMA permita que se confundam atividades tão opostas: o tráfico é nefasto e criminoso; enquanto o Criatório legal – autorizado e controlado pelo IBAMA - é atividade nobre, e de expressivo benefício à preservação do Meio Ambiente, sendo por isso, em todo o mundo civilizado, protegido e estimulado por LEIS. Também assim deve ser em nossa Pátria!

Uma das finalidades precípuas dos Criatórios é a pesquisa científica e o desenvolvimento de técnicas de correto manejo e reprodução em condições controladas – elemento fundamental e indispensável para a formação de criterioso Banco Genético, essencial sobretudo para a preservação das espécies ameaçadas de extinção (inclusive pela ação dos traficantes).

Assim, deveriam as Autoridades competentes simultaneamente incrementar eficiente e rigorosa Fiscalização sobre caça, captura e comércio ilícitos - ao mesmo tempo em que ofereçam o máximo estímulo ao eficiente funcionamento dos Criatórios legais; desta forma, incrementando a produção legal e controlada, combaterão o tráfico. É esta a postura a esperar das Autoridades lúcidas e corretas, empenhadas na meta de bem servir à Sociedade, via preservação de nosso Meio Ambiente e da riqueza nacional.

Será contraproducente toda restrição à Livre Iniciativa que atue empresarialmente e dentro das normas legais vigentes. Desta forma, é de se lamentar a manifestação de certos – poucos – setores retrógrados e não bem intencionados, que insistem em se manifestar de modo prepotente e não técnico, contrariando o bom senso e o espírito científico universalmente testado e aprovado – e que procurando apenas aumentar seu próprio poder arbitrário, insistem em restringir a atividade produtiva legal e benéfica; fazem isso de modo obsessivo e antipatriótico, via promulgação de mais e mais normas burocráticas e listas restritivas sem justa fundamentação – geralmente em mafioso sigilo, e à revelia da comunidade científica e empresarial - intensamente prejudicadas e ameaçadas.

Em publicação recente, com surpresa lemos que – até em elevado nível gerencial do IBAMA - ainda se “argumenta” que, ao permitir a comercialização de Amazona aestiva, estaria atendido cerca de 80% da demanda do Mercado por animais de estimação visando “demonstrar” ser desnecessário permitir o manejo e oferta de outras espécies ao público. Nada mais falso: dados e controles fornecidos pelo próprio IBAMA confirmam que cerca de 90% das apreensões feitas são de Passeriformes, e que dentre as 10 espécies de maior participação no comércio ilegal, o Amazona aestiva ocupa... o 10º lugar, com pouco significativos 2,7%!

Não é aceitável tolerar a divulgação de tais inverdades, merecendo repulsa e punição essa incorreta manipulação da opinião pública. Assim como deve ser repelido o fornecimento de informações inverídicas às instâncias hierárquicas superiores, pois poderá induzi-las a incorreta avaliação, e determinação de normas igualmente errôneas e nocivas.

Em todas as partes do mundo moderno e competitivo em que vivemos, assim como em qualquer regime político bem sucedido, é atualmente fundamental o apoio e envolvimento da Sociedade , com participação ativa da iniciativa privada. Os mais vitoriosos e prósperos Estados e Países são justamente os que promovem a maior colaboração de seus empreendedores na gestão e produção nacional. Não será diferente no Brasil, inclusive no Setor de atividade que aqui focamos: sem surpresa, são os Criatórios sob gestão privada os que continuamente apresentam os mais elevados índices de produtividade e desenvolvimento técnico - e sem ônus para o Tesouro Nacional.

Exemplificaremos com o manejo da espécie ameaçada Guarouba guaruba, que encontrou proteção e amparo, graças a estudos e atividade bem sucedida: em diversos Criatórios legais estabelecidos no Rio de Janeiro, e sob gestão de competentes Responsáveis Técnicos, foram investidos tempo, estudo, trabalho e recursos financeiros no manejo das “Ararajubas”. Em poucos anos, podemos celebrar o nascimento de várias centenas de filhotes! Fica comprovada a eficiência dos procedimentos, e o principal: a demonstração de que com conhecimento especializado será perpetuada essa preciosa espécie nativa. Cabe, ainda, notar que ao mesmo tempo, em Instituições Governamentais, irrigadas com forte apoio financeiro de empresas públicas... exatamente o mesmo esforço de reproduzir Guaroubas... tem resultado em pobre e contínuo fiasco, com inexpressiva obtenção de filhotes e não funcionamento do pertinente Stud Book...

Sem dúvida é boa hora de incrementar a sincera colaboração entre Autoridades e Iniciativa Privada, com formulação harmoniosa de normas que mantenham a vitalidade de um Meio Ambiente corretamente cultivado.

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Fonte: http://www.cobrap.org.br

segunda-feira, 15 de março de 2010

FOTO CASAL DE CANÁRIO DA TERRA DO AMAZONAS

FOTOS DE CANÁRIOS DA TERRA PASTEL



FOTOS CANÁRIOS DA TERRA ISABELINOS



canário verde opalino nevado

uma das cores criadas por mim graças ao incentivo do Dr. José Osvaldo Brasileiro, grande amigo e membro participativo co COPC - Clube Ornitólogico Poços de Caldas.C




terça-feira, 9 de março de 2010

CUIDADOS ADEQUADOS COM HIGIENE DAS AVES

Revista CORA 2004
Arquivo editado em 07/08/2004

É óbvio que apenas uma boa administração de um criadouro de canários, inegavelmente, não irá evitar o desenvolvimento de epidemias, ou que seja evitado que as aves sejam afetadas por determinadas moléstias; contudo, a absoluta atenção a uma série de detalhes ocorridos no dia-a-dia dentro de um criadouro indubitavelmente irá contribuir para se evitar muitas das moléstias mais comuns. Nesse sentido, a seguir, enumeramos alguns dos principais detalhes, que serão úteis “como lembrete” aos criadores menos experientes (e mais distraídos):

1. Bebedouro sem água, ou água suja;
2. Gaiolas expostas a correntes de ar;
3. Troca brusca de temperatura, interna ou externa;
4. Aves doentes ou aparentemente doentes, e no meio das aves sadias;
5. Verduras velhas ou secas, não lavadas;
6. Verduras ministradas geladas (tiradas da geladeira ou da horta de inverno);
7. Comedouro sujo, cheio de palha ou fezes;
8. Calor ou frio demasiado no ambiente;
9. Gaiolas com as bandejas atulhadas de excrementos e resíduos de alimentos;
10. Total ausência ou excesso de poleiros nas instalações;
11. Poleiros encrostados de excrementos;
12. Instalações com objetos contundentes (fios de arame, ferro ou chapa) expostos;
13. Farinhadas ou pastas alimentares velhas;
14. Aves presas às grades, às bandejas, ou às vasilhas das instalações;
15. Excesso de pó (poeira de terra) no ambiente;
16. Ausência de areia lavada ou farinha de ostras em vasilha especial;
17. Canários oriundos de aquisição recente, juntos com aves do plantel;
18. Excesso de aplicação de desinfetantes e inseticidas
19. Excesso de pessoas estranhas dentro do criadouro;
20. Excessiva movimentação interna das instalações (gaiolas, voadeiras, viveiros, etc., movimentados constantemente);
21. Excesso de aves numa mesma instalação;
22. Protelação na execução de curativos em aves acidentadas; e outros.

REPRODUÇÃO DE CANÁRIOS DA TERRA

Reprodução do Canário da Terra.


Em contato com passarinheiros no dia a dia, tenho notado as dificuldades, dúvidas e equívocos daqueles que tentam reproduzir o Canário da Terra em gaiola.
Assim pensei em agrupar as informações, que, quando tenho oportunidade, procuro passar para os colegas.
Não pretendo ser modesto nas “pré-intenções”, uma vez que sou “canarista”, dirijo-me para quem tem o mesmo propósito de sê-lo, e, sabemos que além do canto, algo que destaca-se no Canário da Terra é a irreverência e a valentia. Talvez algumas pessoas possam sentir-se ofendidas, mas o propósito maior é que em nossa região saiamos do primitivismo, e, buscando evoluções de nossas ações, no conjunto possamos triunfar com melhores técnicas de reprodução.
Portanto, tenho como pré-intenção contribuir e desafiar os “canaristas” à reproduzir o Canário da Terra na gaiola e deixar livre os poucos que ainda podemos encontrar na natureza.
Para este propósito, acredito que a melhor contribuição a ser dada, é tornar público as técnicas de manejo que pratiquei até agora.
Basicamente os procedimentos que estarei abordando não foram desenvolvidos pôr mim, e sim pôr experientes criadores, que ao longo de quase cinqüenta (50) anos vem aprimorando-os. O que fiz foi ser suficientemente inteligente, para ao invés de permanecer repetindo procedimentos ineficazes, ou reinventando a roda, coloquei-a para girar ao meu favor.
Meu avô sempre dizia que “é importante que saibamos dividir o básico para disputar na excelência”. Assim estou convencido que precisamos aprimorar as técnicas de reproduzir cada vez mais e melhor nossos Canários, e, para aqueles que costumam participar de competições, vença apenas pela qualidade do plantel que conseguir formar.
No decorrer destas notas, tudo que estarei abordando será voltado para o sistema de reprodução em poligamia, onde com um único macho, podemos utilizá-lo para cobrir várias fêmeas. Este processo, está centralizado no manejo e nas estratégias voltadas, para que a fêmea desenvolva todo o trabalho, desde a preparação do ninho até a alimentação dos filhotes.



O folclore da reprodução.
. Pelo fato do Canário da Terra ser um pássaro de fácil manejo, e, ter uma incrível capacidade de adaptação à qualquer ambiente, isto faz com que muitos passarinheiros não procurem estabelecer um procedimento adequado, o que leva-os a um resultado tal que, se fosse bom, dispensaria a necessidade que sinto de escrever estas notas.
O viveiro.
Muitos passarinheiros afirmam que o local ideal para reprodução do Canário da Terra é o viveiro, o que eu concordaria, se fosse para ser levado em consideração, somente fatores de stress, os quais os pássaros que estão na gaiola, acabam sendo submetidos.
Mas, para o sucesso na reprodução, existem fatores muito mais importantes a serem considerados, os quais estão associados às dificuldades de manejo e de higiene:
O viveiro ocupa muito espaço;
É difícil manter a higiene e asseio, pois, para construir um viveiro de fundos e poleiros removíveis, torna o projeto mais complexo;
Dificulta para identificar anormalidades com respeito à própria saúde dos reprodutores;
Próximo dos 13 dias de idade, quando os filhotes saem do ninho, eles podem descer ao fundo, e, não conseguir voltar para o poleiro;
Usando um único macho para cobrir várias fêmeas, o resgate do macho (após cobertura) torna a operação mais trabalhosa.
Por fim, sabemos, que ninguém em sã consciencia, coloca um bom pássaro no viveiro, ocupa o mesmo na verdade com um “cheba”, e, imagine a qualidade dos filhotes que criarão.
Outros tantos “folclores”.
“... o macho precisa ficar pelo menos cinco (5) dias galando a fêmea para que ela bote cinco (5) ovos”.
Numa única galada, desde que o macho teve espaço para que atingisse a cloaca da fêmea, é o suficiente para serem fecundados todos os ovos associados a aquela postura (pôr isto é importante verificar se no momento da gala, eles estavam num poleiro com espaço para o macho posicionar-se adequadamente). Aliás, descobri recentemente que, quando o macho gala a fêmea, ele injeta uma grande quantidade de espermatozóides, os quais irão sobreviver alguns dias (aproximadamente 10 dias) no útero da fêmea, e, o número de ovos, será determinado pela quantidade de óvulos, que a fêmea encontra-se capaz de gerar naquele período;
“...esta fêmea é boa pois ela já botou ovos (botadeira!), ou, aquele macho é bom pois ele já galou fêmea (galador!)”.
Estas afirmações contrariam o senso comum, pois o que é raro, é encontrar um macho ou uma fêmea que não sejam férteis. Parece que o que é óbvio para a natureza, (inclusive para os seres humanos) torna-se exceção na passaricultura. Pôr isto insisto em afirmar, qualquer macho ou fêmea são férteis para a reprodução;
“não é necessário tanta preocupação com a alimentação do Canário da Terra, pois, ele come qualquer coisa”.
Oras, também sabemos da existência de seres humanos, que, infelizmente tem como opção alimentar somente farinha e feijão, e, mesmo sobrevivendo, todos sabemos, que não é a dieta diária mais adequada, para fornecer ao organismo humano, todos os nutrientes necessários. É hora de deixarmos de ser alpisteiros;
“...é importante criar com casais, pois o macho ajuda a fêmea a fazer o ninho e alimentar os filhotes”.
Poderia até concordar, mas de que adianta o macho estar empolgado em construir o ninho se a fêmea não está no cio, e, consequentemente o macho permanecerá construindo tantos ninhos até chegar o momento da fêmea. A ornitologia já comprovou que um fator importante para estimular a sexualidade da fêmea é o canto do macho, e, sabemos que o macho canta mais quando está sozinho na gaiola. Pôr outro lado, quando o casal está junto, é comum o macho interferir no comportamento da fêmea, impedindo que ela permaneça o tempo de que ela precisa no ninho, fazendo com que ela bote fora do ninho, abandone os ovos que estava chocando, ou até mesmo, que impeça de que ela trate dos filhotes. Se a reprodução ocorre com sucesso, antes dos filhotes estarem comendo sozinhos, a fêmea já pode estar chocando novamente, e, tratando dos filhotes que ainda dependem dela para alimentar-se, somente quando ela interrompe o choco para alimentar-se ou tomar banho. Isto certamente irá comprometer o desenvolvimento destes filhotes;
“...Cabeça de Boi, Bambu Furado, Casa de João de Barro, Cabacinha, Pedaço de Tronco Furado, etc.., são ótimos para estimular o Canário da Terra a reproduzir”. A melhor caixa ninho, ainda é esta que encontramos no mercado com dois compartimentos, pois, permitirá o manejo adequado dia a dia, e, quando os filhotes não querem ficar mais no ninho (próximo dos 13 dias), existe um espaço intermediário (na entrada) onde ele pode permanecer alguns dias, de onde consegue enxergar a mãe, e sempre que tiver fome, vem até o orifício de entrada e pede comida;
“...prefiro usar capim, raízes lavadas, fios de folha de coqueiro, palha desfiada, crina de cavalo, etc...”
Até para evitar acidentes desnecessários, está comprovado que a utilização dos fios de saco de estopa são mais adequados, pois não existe o risco de o pássaro enroscar os pés nos próprios fios.
“...observando um filhote, sei que é macho pelo bico, pelos pés, soprando a região anal, etc...”
Na verdade para identificarmos os machos presentes numa ninhada é muito simples:
1 - Um exame prévio dos ovos, facilita o reconhecimento do sexo dos filhotes que nascerão, pois, os ovos de bico redondo geram fêmeas e os ovos de bico fino produzem machos;
2 - Nos primeiros 30 dias quando a plumagem do filhote já completou-se, observando a perna do filhote, caso esteja recoberto de penugens suavemente amareladas, é um macho.

Preparação e Reprodução.


A muda de penas.
Pôr estranho que possa parecer, o momento mais apropriado para iniciar a preparação de um plantel para o processo de reprodução é na muda.
Sabemos (ou deveríamos) que na temporada de agosto a abril, para termos um pássaro fogoso, vivaz, no melhor do seu desempenho, é importante que ele faça uma muda completa (sem interrupções), e, não termine este processo com o seu organismo debilitado.
Uma grande falha, que constamos neste período, é o descaso do passarinheiro, justo quando o pássaro precisa de atenção redobrada. Embora a muda de penas, não deva ser caracterizada como uma doença, ela representa um esforço muito grande para o organismo do pássaro.
Assim:
Devemos assegurar tranqüilidade total para o pássaro, evitando sustos ou excitações desnecessárias (como encostar gaiolas de machos para verificar se continua valente);
Evitar que ele sofra variações bruscas de temperatura, devido a correntes de vento;
Uma alimentação balanceada;
Colocar água para banho diariamente, deixando ele decidir quando quer tomar banho;
Nesta época, aumenta o risco de ocorrerem epidemias de piolhos e ácaros, colocando em risco a saúde dos nossos pássaros. Uma medida providencial é utilizar vinagre semanalmente na água de banho (10 gotas por litro de água) para combater (repelir) piolhos e ácaros das penas;
Outro transtorno, são os ácaros das vias respiraórias, que no pássaro, obstrui as narinas, fazendo que respire sómente pelo bico, e, não consiga cantar. Podemos eliminar este transtorno com a utilização do Ivomecc Pour On, como trataremos adiante.
Mesmo com a plumagem nova e completa, ainda pode ocorrer alguns sintomas de febre, e, isto podemos notar pela demora de duas a três semanas para o pássaro voltar a ficar mais esperto na gaiola.
Também não podemos esquecer de que o pássaro canta 6 meses e permanece 6 meses sem cantar. Assim, não estranhe se o pássaro finalizar a muda, mostrar-se fogoso e não retomar a sua cantoria. Evite forçar o pássaro, deixando que a sua cantoria retorne naturalmente.
Superada esta fase, é chegada a hora de iniciar o preparo para a reprodução. O ócio de quase dois meses, uma alimentação mais rica em nutrientes, terá deixado o pássaro levemente obeso, e fisicamente fora de forma. Assim, para os felizardos que tiverem um espaço maior (gaiolas voadeiras ou viveiros), é adequado deixá-los voando pôr três a quatro semanas, para finalmente termos, na próxima temporada, um pássaro na sua condição ótima de fogosidade e vivacidade.
Este recondicionamento físico, é importante, para que o macho resgate a capacidade plena de seus sacos aéreos tanto para cantar, bem como para sobrevoar e galar as fêmeas. Já para as fêmeas, revigorando o tonus muscular (com este período de exercícios), dificilmente ocorrerá a inabilidade dos músculos compressores do oviduto, ocorrendo aquilo que costumam chamar de ovo atravessado.
Ainda nesta fase final de recuperação do pássaro, devemos eliminar os Ectoparasitas (piolhos e ácaros) e os Endoparasitas (vermes). O procedimento mais eficaz é a utilização do Ivomec Pour On (conhecido como Ivomec azul, não confundir com outros Ivomec que encontramos nas Agropecuárias). Utilizando uma seringa de insulina (seringa de 1 ml), seguramos a ave e pingamos 2 gotas sobre cada uma das coxas (na parte externa e mais carnuda) do pássaro. O produto penetrará através da pele e entrará na corrente sanguínea, permanecendo por 35 dias. Após a aplicação, excepcionalmente o pássaro deverá permanecer 2 dias sem tomar banho, enquanto o produto penetra através dos poros.
É adequado, fazer também um tratamento preventivo das doenças parasitárias mais comuns como Coccidiose (utilizando alguma sulfa como o Lavimed SD) e Salmonelose (utilizando algum antibiótico específico como o Biflox Gold).
Encerrada esta fase, todos estarão gozando de plena saúde, e, em condições físicas adequadas para iniciar a procriação.
Preparação das Gaiolas Criadeiras.
A gaiola ideal para ser utilizada pela fêmea na reprodução, é aquela de arame puro, com no mínimo sessenta centímetros de comprimento:
seis comedouros externos
grade separadora no meio
piso em dois níveis com grade e bandeja
pelo menos uma porta na frente e em cima para colocarmos a caixa ninho
porta em baixo para introduzirmos a banheira
porta de passagem lateral para introduzirmos e retirarmos o macho
Enfatizo todos estes detalhes, pois, os danados dos fabricantes, estão sempre alterando os modelos, disponíveis nas lojas.
A caixa ninho, deve ser aquelas de dois compartimentos horizontais, com dimensões de pelo menos 25 cm de comprimento, 14 cm de largura e 12 cm de altura. Esta caixa deve ser colocada do lado de fora da gaiola, pois deixará mais espaço interno na gaiola, e, facilitará as verificações necessárias no dia a dia. A má notícia é que precisamos mandar fazer estas caixas, pois não estão disponíveis nas lojas com estas dimensões. Normalmente as que encontramos, ou são muito maiores, ou bem menores.
Se já possuir este tipo de gaiola, faça uma limpeza removendo totalmente crostas de fezes, e, para assegurar uma higiene adequada, faça uma imersão numa solução de “LAVIFEN” pôr alguns minutos (no mínimo 3 minutos) para ter certeza de eliminar possíveis parasitos e bactérias presentes. Se você não conhecer a origem, jogue fora os poleiros velhos e substitua pôr novos. Água fervida não atende as necessidades de higienização.
Na caixa ninho, utilizando talco para repelir piolhos, jogue em toda a área onde a fêmea irá fazer a cama. Coloque também um pouco de fios, para induzir a fêmea, em qual local onde ela estará fazendo a cama. Mesmo assim, pode ocorrer, de ela iniciar a construção da cama, no compartimento de entrada, e, antes que ela termine, procure mudar para a posição correta, que ela acabará aceitando.
Quando for definir as posições dos poleiros, considere que:
Será adequado deixar um poleiro posicionado de modo a facilitar a entrada e saída do ninho;
Procure espaçá-los de tal forma que não ocorra da banheira ser alvo de fezes;
Tenha poleiros em duplicata, para que a cada quinze dias você possa removê-los e limpá-los (após lavados e secos, coloque-os pôr uns 10 minutos num forno já quente para uma assepsia), lembrando que os Coccidas só se combate com calor acima de 120ºC. Desta forma, optar por água fervente não é uma boa solução, pois não ultrapassaria os 90 ºC.


Material de cama para o ninho.
Embora a Canária da Terra, em princípio pegaria até pedaços de jornal para construir o ninho, o material ideal, e, que não gerará nenhum tipo de inconveniente, são os pedaços de fios do saco de estopa.
Procure adquirir (no caso de sacos usados) sacos que não foram utilizados em produtos com agrotóxicos. Ferva-o pôr pelo menos meia hora, ou, deixe-o por alguns minutos numa solução de desinfetante como o Lavifen (bactericida, fungicida e viricida) e coloque para secar. Uma vez seco, corte quadrados de 10 a 15 centímetros, desfie e abasteça a gaiola. Costumo desfiar todo o lote e armazena-los em potes tampados, pois desta forma estarão sempre disponíveis para uso.
Quando colocar na gaiola, coloque em abundância, e, assim que a fêmea começar a carregar os fios, não deixe faltar até ter certeza, de que ela já deu o acabamento final no ninho. Estando assegurado a tranqüilidade da fêmea, este processo leva de 3 a 4 dias.
Vale aqui lembrar alguns pontos de extrema importância:
O fato de ter sido criado, um ambiente apropriado para a reprodução, não implica que a fêmea iniciará imediatamente a construção do ninho, poderá demorar até 2 meses;
Neste momento o passaricultor passará a induzir este processo: eliminando as sementes e fornecendo somente a ração de codorna poedeira pura; além de complexos vitamínicos diários (como o Orosol), deve-se adicionar vitaminas “E” (como a LavizE) na água do bebedouro;
Esta mudança na alimentação, que desencadeará as necessárias alterações hormonais, associado com o canto de um macho, estimulará a fêmea a querer reproduzir;
Não é adequado, mesmo nestas condições, que a fêmea permaneça vendo o macho;
As gaiolas das fêmeas, poderão estar lado a lado, mas, sem que uma fique vendo a outra.
Quando a fêmea entrar no cio, ela começará a carregar os fios, desencadeando o processo de reprodução, e, a partir daí, permanecerá reproduzindo até o fim da temporada.

Postura e Incubação
O macho galando a fêmea.
Após ter percebido, que a fêmea concluiu (ou, está próximo da conclusão) o ninho, quando você mostrar o macho para ela, certamente ela abaixará pedindo gala. Procure apoiar a gaiola da fêmea num local plano (uma mesa pôr exemplo), encoste a gaiola do macho na lateral, abra os passadores e afaste-se um pouco, para que o pássaro sinta-se a vontade e vá ao encontro do outro. Quando o pássaro já está acostumado com este procedimento, as vezes, nem dá tempo de afastar-nos e o macho já está galando a fêmea.
É importante que o local onde vão ser posicionadas as gaiolas, esteja preparado para não ocorrer eventos que possam dispersar a atenção dos pássaros:
Pessoas ou animais transitando;
Outro pássaro ao alcance da vista;
Superfícies espelhadas próximas da gaiola;
Ruídos que os pássaros não estejam acostumados;
Após as primeiras vezes, você já terá preparado este altar de sedução, pois este procedimento já será rotineiro.
De um modo geral, nas primeiras vezes, este procedimento não tomará mais do que 10 minutos, com tendência a reduzir este tempo. Concluído a gala, não considero adequado, deixar o macho mais tempo visitando a gaiola da fêmea, até porque, ele terá uma tendência natural de ir até o ninho, tentando interferir no que a fêmea já concluiu. Lembre-se, uma única galada é o suficiente para definir toda a postura.
Para o macho, não é adequado, que ele faça mais do que três galas pôr dia. Se vai ser imediatamente, uma após a outra, dependerá das condições físicas, que ele se encontra naquele dia, associado ao fato, de ser um pássaro mais novo (maior vigor físico) ou mais velho.

A Postura (Botar)
Um dia após a gala, a fêmea inicia a postura. A quantidade de ovos poderá variar de quatro a seis ovos (pôr isto enfatizei antes, os cuidados desde a muda, pois, a revitalização das condições físicas da fêmea, serão determinantes na quantidade de ovos que serão postos). Poderá ocorrer de uma fêmea botar um número menor ou maior que esta média. Neste fase é importante que não falte uma farinha de ostra (poderá ser notado que ela ingere em quantidade muito maior neste período de postura), fonte importante de cálcio, que contribuirá para a formação da casca do ovo.
Para assegurar tranqüilidade a partir desta fase, você já deve ter definido a posição em que a gaiola permanecerá, considerando que:
Será evitado que ela não terá contado visual com outros canários (sejam fêmeas ou machos);
A gaiola estará posicionada num local que facilite a manutenção diária (troca de água, comida, limpeza da bandeja, verificação de ninhos, etc...);
Procure manter a gaiola no local (sem movimentá-la) desde o início da postura até a fêmea terminar de tratar dos filhotes);

A Incubação (Choca).
Durante esta fase, a fêmea permanecerá todo o tempo, deitada sobre os ovos, procurando mantê-los aquecidos. Sairá duas ou três vezes para alimentar-se ou tomar banho. Durante o período de choca, não precisamos deixar mais do que sementes para a alimentação da fêmea.
Com respeito ao banho, alguns afirmam, que não é adequado que a fêmea tome banho quando está chocando, pois, poderá gorar os ovos. Isto contradiz os principais ornitólogos, com quem pude conversar, e, considerando que tomando banho, ela manterá as penas livres de poeiras e parasitos, sou partidário do banho nesta fase.

A Eclosão (Nascimento dos Filhotes).
No período da eclosão, a fêmea procurará posicionar o seu ouvido bem rente aos ovos, e, quando o “feto” picar o ovo para sair, ela terminará de limpá-lo. Isto poderá ser notado, pois não ficam presentes na cama do ninho resíduos de cascas do ovo eclodido.
Precisamos obviamente, mudar a alimentação disponível na gaiola. No primeiro mês o filhote já adquire o tamanho de um adulto. Nesta fase, o consumo de alimento passa a ser maior, e, será importante acrescentar à alimentação normal uma boa fonte de proteínas.
Pôr uma questão de praticidade, devido à quantidade de fêmeas chocando com que lido, tenho preferido uma farinhada pronta com ovo desidratado. Com esta farinhada, tenho certeza que estarei administrando uma alimentação com todas as vitaminas e nutrientes necessários aos filhotes, e, livre de microorganismos potencialmente nocivos que podem causar mortalidade nos filhotes.
Se você optar em fornecer esta farinhada, procure assegurar que a quantidade é suficiente, mas sem exageros, para não ter futuros problemas de obesidade nos pássaros.
Nunca esqueça da importância de anilhar os filhotes entre o 6º e o 8º dia de nascimento para evitar grandes dificuldades com a anilha nº 2,8 mm, que é a correta para o Canário da Terra.
Com 17 dias os filhotes saem e já não voltam mais para o ninho, o que permite remover a caixa para limpeza e assepsia. Caso não seja possível a remoção da caixa ninho, coloque alguma obstrução que impeça o acesso da fêmea, pois ela tenderá a iniciar uma nova postura, antes de construir nova cama e receber a gala. Com 30 dias após a primeira eclosão, os filhotes já estão começando a comer sozinhos, embora ainda insistam em pedir alimento para a mãe. Assim coloque a divisória no meio separando-os da mãe, colocando comida e banheira própria para eles, pois, mesmo aqueles que ainda dependem da mãe para alimentar-se, poderão fazê-lo pela grade de separação.
Com a mãe separada, podemos recolocar a caixa ninho, e substratos para a cama. Uma vez que o ninho já esteja pronto, coloque o macho para galar, e, todo o processo de reprodução está reiniciado.
Com 35 a 40 dias de idade, transfira os filhotes para uma gaiola voadeira, onde poderão permanecer pôr até 6 meses. Para evitar ambientes stressantes, nos gaiolões de 1m a 1,20m, procure não deixar mais do que 12 filhotes juntos.
Quando os filhotes estão emancipados, prefiro já isola-los, cada um em sua gaiola, para que iniciem o desenvolvimento do canto o mais cedo possível. Não podemos nos esquecer que o órgão fonador é a seringe, uma estrutura de músculos, que precisará ser desenvolvida. Sendo assim, quanto mais precoce iniciar-se o exercício destes músculos, melhor condicionados eles estarão durante toda a sua vida canora.


Alimentação.


A alimentação básica poderá consistir de sementes diversas, e, um complemento que tenha proteína animal para substituir os insetos avidamente capturados pelas aves na natureza. Uma alternativa muito melhor será o fornecimento de grãos de alimento extrusado.

1ª alternativa de dieta:
Mistura de Sementes:
Alpiste (50%); Painço (30%); Senha (10%) e Niger (10%).
Grit para ajudar moela a triturar o alimento:
Gritizoo ou Farinha de Ostra
Complementos:
Farinhada a base de ovo desidratado: Para os adultos, em manutenção, apenas uma vez pôr semana em pouca quantidade (o equivalente a um comedor de unha). Para alimentar filhotes nos primeiros 30 dias, fornecer diariamente.
2ª alternativa de dieta:
Ração Extrusada: Esta alternativa é sem sombra de dúvidas muito mais eficiente, pois com um único grão podemos suprir todas as necessidades nutricionais do pássaro. Com a adoção desta alternativa, não teremos necessidade de complementos e os benefícios são: economia na manutenção do pássaro; torna o pássaro mais resistente as doenças corriqueiras que ocorrem nos criatórios; facilidade de manejo reduzindo o tempo dedicado.

A origem das sementes bem como os prazos de validade devem ser bem vigiados. Durante o armazenamento, fungos presentes na semente produzem toxinas que são nocivas para as aves, possuindo um efeito tóxico cumulativo. Procure estar atento para esta preocupação, que não é necessariamente a mesma do lojistas, que podem querer empurrar para a venda, produtos que já deveriam ter sidos descartados. Evite adquirir sementes nas lojas que os mantêem armazenados em recepientes abertos, expostos às impurezas presentes no ambiente. Se notar algumas sementes grudadas uma nas outras, descarte este lote, ou compre em outro lugar.


Convite ao desafio.


Acredito ser o maior desafio de nós passaricultores brasileiros, garantir que nossos netos e outras tantas gerações futuras possam ter a oportunidade de apreciar esta reconhecida paixão nacional que é o Canário da Terra.
Para isto será preciso que cada vez mais pessoas estejam reproduzindo em ambiente doméstico. Quando você opta pela reprodução doméstica, de antemão você já conhece as características do novo plantel a ser formado, com respeito à valentia e ao canto. Só pôr isto, não acredito ser válido buscar os poucos pássaros que ainda permanecem soltos na natureza, até porque só sobraram os maus cantores ou medrosos.
Toda esta síntese de técnicas que procurei apresentar, não foram desenvolvidas pôr mim, e sou muito grato a todos que procuram compartilhar comigo os seus acertos e erros. Nesta empreitada, a qual tenho me dedicado com afinco, aumentei em muito o rol de amizades, e, mais ainda, permitiu-me perceber o carinho e a paciência, que as pessoas mais importantes na minha vida (minha família), tem reservado para mim.
Como não considero este assunto encerrado, coloco-me a disposição para aprofundar possíveis discussões sobre estas notas.

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É gratuito !!! Não há taxas de inscrição e aberto para debatermos qualquer tema voltado para a criação e manutenção deste pássaro.

Temos outros artigos disponíveis no endereço http://www.cobrap.org.br/site/artigos_cat.php?id=21 que tratam sobre outros temas voltados para a Criação Doméstica.

Se você não ainda não é um Criador Amador, ou não mantém pássaros em condições legais, consulte o Manual da Criação Amadora no endereço http://www.ibama.gov.br/sispass/sistema/Manual.pdf

Criatório Paixão Nacional

Ivan de Sousa Neto
Rua Limeira, nº 5 – B. Cidade Jardim - Campinas - SP - CEP 13.050-401 Fones: (19) 3269-6439 Criatório/ 3268-2815 Residência
Email: criatoriopaixaonacional@yahoo.com.br




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segunda-feira, 8 de março de 2010

CALENDÁRIO DO CRIADOR

Este artigo não é de minha autoria.


Tarefas do criador ao longo dos meses do ano.

Dezembro / Janeiro.

Efetuam-se as últimas crias. O que não se conseguiu até este mês, não adianta continuar a tentar, pois as fêmeas estão praticamente esgotadas pelo calor, pelo cansaço e pelo esforço da criação. Convém ir se preparando para a próxima muda, administrando para as fêmeas alimentação rica em vitaminas, aveia, etc. Terá que cuidar que a água seja abundante e fresca e que os alimentos brandos não cheguem a fermentar pelo calor. Cuidado com as mudanças bruscas do clima de verão.

Janeiro / Fevereiro.

Todos os utensílios que foram usados durante a época de cria, serão desinfetados corretamente e guardados para a próxima cria. Os exemplares deverão estar nas voadeiras ou gaiolões de emenda. Devemos observar o seu vigor e estado geral de saúde. A alimentação deve ser variada e rica em cálcio para que possam enfrentar o desgaste originado pela muda.

Fevereiro / Março.

Os canários estão em plena muda, não deveremos perder de vista, sobretudo, os últimos filhotes que são os mais débeis, assim como também os exemplares adultos, tratando de ajudá-los no transtorno da troca de penas, preservando-os das correntes de ar e mantendo uma abundante e variada alimentação.

Março / Abril.

Mês de pouca atividade. Os exemplares continuam nas voadeiras. Estarão em sua maioria com suas novas plumas, e com a muda terminando. Devemos começar a escolher os melhores filhotes.

Abril / Maio.

Começa o frio e deveremos aumentar na comida a porcentagem de alguns grãos oleaginosos (níger, cânhamo, etc.). Se iniciará a seleção dos pássaros que poderão ser candidatos a Concursos, colocando-os em gaiolas individuais.

Maio / Junho.

Chega o rigoroso inverno. A alimentação será mais forte, pois o organismo consome grande quantidade de calorias. Observaremos com mais detalhes os pássaros que selecionamos para exposição, mantendo-os em perfeita higiene.

Junho / Julho.

Mês de exposição. O canaricultor obterá o fruto de tudo o que sonhou, não devendo deixar-se levar por algum desengano, pois, em canaricultura sempre haverá o que aprender, e a melhor forma de fazê-lo é corrigindo os fracassos ocorridos. E quanto ao cuidado com os exemplares, seguiremos com a indicação dos meses anteriores, boa alimentação e preservação contra os rigores do inverno

Julho / Agosto.

Começaremos as tarefas da reprodução, serão selecionados, minuciosamente, os casais, observando que ambos os componentes se completem, de acordo com o que desejamos criar.

Agosto / Setembro.

Se o tempo ajudar, teremos fêmeas chocando e para meados do mês, os primeiros filhotes, a quem dispensaremos cuidados especiais, alimentação fresca e variada, abundante e nutritiva. Se tratará no possível, de não molestá-los, apesar de vigiar se constantemente, em momentos oportunos, se os pais tratam dos filhotes.

Setembro / Outubro.

A criação estará em pleno apogeu, e teremos filhotes emplumados e outros a sair dos ninhos, deveremos estar atentos ao comportamento dos pais, pois alguns machos mais fogosos molestam as fêmeas. Se isso ocorrer, deveremos então separá-los . Por outro lado, pode ocorrer que fêmeas arranquem penas dos filhotes, no seu afã de fazer novo ninho. Deveremos então separar os filhotes com uma grade, possibilitando a fêmea a continuar tratando dos filhotes, até que possam comer sozinhos.

Outubro / Novembro.

Neste mês, tendo em conta as indicações feitas para outubro, e quando a criação segue em pleno apogeu, se cuidará que as águas sejam frescas e que os alimentos não cheguem a fermentar, principalmente os brancos (pão com leite, etc.). Não devemos nos descuidar do fator higiene que é de suma importância a esta altura do ano, pois poderão aparecer piolhos e outros parasitos. Teremos que nos assegurar, também, que a noite os mosquitos não molestem os canários, pois estes visitantes noturnos trazem grandes transtornos.

Novembro / Dezembro.

Estaremos na terceira postura ou ninhada, alguns na quarta. Observaremos, como nos meses anteriores o estado dos alimentos e dos bebedouros. Todos os pássaros cevem estar protegidos do rigor do calor. Estaremos com os filhotes da primeira e segunda ninhadas nas voadeiras. Poremos atenção especial na prevenção contra piolhos para que não ataquem as fêmeas, que deverão estar extenuadas pelo esforço realizado.

De um modo sintetizado, analisamos as tarefas mais elementares de acordo com o mês calendário, os pormenores sobre acasalamentos, alimentação, preparação para exposições etc. etc. Boa sorte!!!

CANÁRIOS DE CONCURSO - CARACTERÍSTICAS IDEAIS

A importância de se participar de concursos, qualquer que seja a raça ou animal que criemos, deve ser para todos nós uma evidência.

Se não participamos, não nos comparamos aos outros e deixamos de fazer o progresso que necessitamos. A troca de experiência e a visita a outros criadores são também indispensáveis.

Para participarmos bem dos concursos, devemos planificar nossos cruzamentos, para que os produtos obtidos tenham a maior probabilidade possível de se aproximar do padrão procurado.

No caso dos Canários de Cor podemos dividir as características necessárias aos pássaros de concurso em dois grandes grupos:
I - Características gerais - comuns a todas as cores.

II - Características específicas - indispensáveis a cada cor em particular.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

a) Plumagem

Dentro do grupo das características gerais, a plumagem é sem dúvida a mais importante. Não apenas pelo maior número de pontos a ela atribuídos, mas é porque através da "boa" plumagem que as demais qualidades do pássaro se exprimem. "Boa" plumagem significa, antes de mais nada, plumagem adequada.

A plumagem adequada à determinada cor pode não ser a recomendada para uma outra.

Exemplificando: um bom Féo expressa mais melanina marrom se sua plumagem for ligeiramente longa. Já um bom verde expressará melhor suas qualidades através de uma plumagem bem curta, pois sendo bem curta a plumagem certamente mostrará menos feomelanina.

Assim, no item plumagem devemos para cada cor planear nossos acasalamentos no sentido de obtermos os melhores resultados.

b) Forma

Praticamente, nenhum pássaro chegará a ser um campeão (90 pontos) sem uma boa forma, ou pelo menos uma forma aceitável.

A forma é uma das características hereditárias mais facilmente transmissível.

É comum reconhecermos na prole a forma dos progenitores, ou de um deles. Portanto, prestar uma atenção especial à forma dos nossos reprodutores e à sua origem.

c) Tamanho

Esse é o item que permite boa margem de trabalho ao criador. Para aproveitarmos determinadas características de um pássaro, podemos compensar sua eventual falta de tamanho por um cruzamento adequado com um pássaro maior. No entanto, não podemos nos iludir: um campeão precisa de pontos preciosos no item tamanho.

d) Elegância

Normalmente, se não dermos a devida atenção à elegância de nossos-reprodutores, sua docilidade dentro da gaiola e seu comportamento, certamente teremos surpresas desagradáveis com a pontuação de nossos pássaros. A elegância e o comportamento são características hereditárias e poucos criadores levam isso em consideração. É doloroso para um criador ver um pássaro, que em outros aspectos é muito bom, perder pontos por excesso de nervosismo dentro da gaiola, por excesso de apatia ou por ser morfologicamente desajeitado.

CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS

Elas variam em função da cor em questão. Seria impossível tratar aqui todas, já que são muitas as séries de cores e que cada série tem suas particularidades. Mas tomemos como exemplo quatro séries clássicas:

• Série dos Negro-Marrons Oxidados (Azuis, Verdes e Cobres)
"Origem de tudo", os negro-marrons oxidados necessitam de características bem precisas para terem chances em concursos. A primeira exigência é, sem dúvida, a oxidação. Por melhores que sejam suas outras qualidades, um negro-marrom oxidado (verde, azul ou cobre) jamais será um campeão sem uma boa oxidação. Oxidação generalizada, profunda (incluídas aqui as partes córneas) estrias bem negras e largas e ausência de feomelanina visível são os fundamentos para o pássaro ideal.

Para ajudar na expressão dessas qualidades desejadas, a plumagem deve ser curta e assentada ao corpo, facilitando assim a formação de estrias, particularmente a dos flancos. Para os pássaros destinados aos concursos devemos garantir um mínimo de exposição ao sol, pois os raios solares melhoram a expressão de oxidação.

• Série dos Negros-Marrons Diluídos (Ágatas)
Nos ágatas, a expressão das marcas melânicas (estrias) é ainda mais importante, visualmente para o juiz, que na série precedente. Um bom ágata, seja ele que cor de fundo for, deve ser "diluído" mas guardar suas estrias o mais negro possível. Estrias bem negras e finas valorizam qualquer ágata.
Devemos, portanto, prestar particular atenção à cor das estrias. Qualquer esvaeciment da cor negra é prejudicial ao bom ágata.

• Série dos Marrons Oxidados (Canelas)
Essa é a única das quatro séries clássicas em que um pouco de feomelanina pode ser benéfica ao conjunto do pássaro de concurso. Um pouco - o justo necessário para "escurecê-lo" sem prejudicar a boa expressão das estrias do canela, que devem ser largas e de uma cor marrom a mais profunda possível. Dosar o bom equilíbrio não é muito difícil, já que apresentam um manto quase sem feomelanina e também tendem a ser menos oxidados e apresentar estrias de uma cor menos escura. Contrariamente aos negro-marrons oxidados, os canelas para concurso não devem ser expostos aos sol com frequência, pois o sol diminui o marrom.

• Série dos Marrons Diluídos (Isabelinos)
Nessa série, a diluição é a qualidade fundamental. O pássaro deve mostrar seu desempenho por inteiro (dorso e flancos), mas deve ser um desempenho de cor marrom diluída. Quanto maior for a qualidade de feomelanina, melhor será a aparência para concurso. Contrariamente aos canelas, os isabelinos beneficiam-se da exposição ao sol.

Ainda no sentido de obtermos um manto com a menor quantidade possível de feomelanina, devemos buscar uma plumagem curta e aderente para cada série. Ao contrário da série dos ágatas, os isabelinos de concurso podem portar factores como o pastel e o acetinado, sem prejuízo do seu fenótipo.

Luís F. F. Beraldi
Presidente da F.O.B - Federação ornitológica Brasileira

CRIAÇÃO DE CANÁRIOS DA TERRA

Considerações

O canário da terra (Sicalis flaveola) é o pássaro canoro mais popular do Brasil, uma verdadeira paixão nacional. Ele se distribui por todo o País em muitas de suas formas. O mais comum é o que se estende do Nordeste até o Norte do Paraná. Embora tenha alta taxa de natalidade está extinto em certas regiões onde outrora era abundante.
Daí a necessidade premente de incrementarmos a sua reprodução doméstica. Precisamos poder efetivamente ajudar a sociedade a praticar, onde for necessário, a reintrodução na natureza. Com o canário é muito fácil executá-la, são inúmeros os exemplos.O repovoamento se dá em progressão geométrica, em poucos anos originários de 5 casais se tornam milhares se as condições ambientais forem boas. Precisamos, também, poder oferecer e atender a demanda dos criadores e dos mantenedores, sem que haja nenhum tipo de captura no ambiente natural. Com muita satisfação estamos sabendo que várias Universidades, tais como a de Botucatu, Lavras, e Viçosa estão se interessando em ajudar em projetos de desenvolvimento de criação do Canário da-Terra. Iniciou-se, também a implementação de criadores com objetivos comerciais, o que ótimo para combater o tráfico ilegal e gerar riquezas.
De outro lado, a Lei de Proteção à Fauna e a Lei de Crimes Ambientais estão aí e esta última é muito rigoroza com os infratores. Aqueles que quiserem um pássaro nativo nacional, terão que adquiri-lo de um criadouro legalizado. É o que diz a Lei e as Portarias do IBAMA, é assim o que a sociedade quer. E é isto que estamos fazendo e que temos que fazer, é a nossa obrigação como passarinheiros, porque, inclusive, queremos continuar convivendo com nossos pássaros.
É difícil criar os canários? Não, não é. O canário-da-terra, especialmente, é o pássaro brasileiro de mais fácil manejo. Come de tudo e se adapta com facilidade a qualquer tipo de ambiente. Suporta bem o frio e calor ocorrentes em todas a regiões do Brasil. Temos, contudo, se quisermos obter sucesso, que escolher um local adequado para que eles possam exercer a procriação. Esse local deve ser claro, arejado e sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ficar na faixa de 20 a 35 graus Celsius e umidade relativa entre 40 e 60%. O sol não precisa ser direto, mas se puder ser, melhor.
A melhor época para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de novembro a maio, coincidente com o período chuvoso.
Pode-se criar em viveiros, mas pela dificuldade de todo o manejo, notadamente do controle do ambiente e da higiene é melhor criar-se em gaiolas.
Essas devem ser de puro arame, com medida de 60cm comprimentoX 30cm largura X35 cm altura, com quatro portas na frente, comedouros pelo lado de fora. No fundo ou bandeja colocar papel, tipo jornal para ser retirado todos os dias logo que o canária tomar banho, momento esse que se deve retirar a banheira para colocá-la no outro dia de manhã cedo.
O ninho (caixa tipo ninheira feita de madeira) tem as seguintes dimensões: 25cm comprimentoX 14 cm largura X 12 cm. altura, e tem que ser colocado pelo lado de fora da gaiola para não ocupar espaço. Terá uma tampa móvel e outra gradeada para o manuseio de filhotes e de ovos. O substrato – material para o canário confeccionar o ninho – deve ser o saco de estopa (usado para ensacar café) e cabelo de cavalo cortados a 15 cm. Colocar o material no fundo da gaiola que a fêmea, quando estiver na hora, carrega sozinha para a caixinha do ninho. O número de ovos de cada postura varia entre 4 e 6, e cada canária choca 4 vezes por ano, podendo tirar até 20 filhotes por temporada.
As canárias podem ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de tábua ou plástico, mas não podem se ver, de forma alguma. Senão matam os filhotes ou interrompem o processo do choco, se isto acontecer. O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e sai do ninho também aos treze dias de idade, pode ser separado da mae com 35 dias. Com 8 meses, ainda pardos, já poderão procriar. Possuimos uma fêmea que está com quase dez anos de idade e ainda cria perfeitamente. Dela já produzimos mais de 100 filhotes, é uma produtividade fantástica. As anilhas serão colocadas do 7O ao 10o dia, com anilha 3mm, bitola 3 a ser adquirida do Clube onde seja sócio. Pode-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no ninho, sem prejudicar ou causar abandono da fêmea.
A alimentação para as aves em processo de reprodução é a seguinte:
Alpiste 50%, painço amarelo 30%, senha 10% e niger 10%. Além disso, ministrar ração de codorna pura adicionando “proprionato de cálcio” à base de 1 grama por kilo de ração.
Numa vasilha separada, colocar 3 vezes ao dia farinhada assim preparada: 5 partes de milharina, 1 parte de farelo de soja,/ 1 parte de germe de trigo, / premix F1 da Nutrivet (4 colheres de sopa para 1 kilo), / sal 2 gr. por quilo, / proprionato de cálcio 1 gr. por quilo, / pó de pedra 2 gr. por quilo. Após misturar tudo muito bem, coloque na hora de servir uma gema de ovo cozido e uma colher cheia de “aminosol” para 4 colheres de farinhada. O promotor de crescimento deve ser utilizado quando se notar algum tipo de mortalidade nos filhotes. Os mais usados são o “100 PS”, o “Nalit-Plus” e o “Fungibam”. . Ministrar ainda na água de beber, que deve ser filtrada, um polivitamínico do tipo “Protovit” ou “Rovisol” ou “Orosol” 3 vezes por semana, ou todos os dias quando há filhotes até eles sairem do ninho.
Dar-se larvas, utilizando a chamada “praga da granja” é a melhor e tem mais digestibilidde, oferecer até o filhote sair do ninho. É bom, também, colocar à disposição das aves “farinha de ostra” batida com areia esterilizada e sal mineral (tipo aminomix). Não dar verdura de espécie alguma, provoca diarréia e ainda tem o perigo de agro-tóxico. Quando separar os filhotes das fêmeas é bom deixá-los juntos, a razão de 10/12 por unidade, até terminar a muda por volta de seis meses em um voador de 1m a 1.20ms, tipo esses que se usa para canários belgas
Não adianta, porém, ter todo esse cuidado se não tivermos atenção especial com a higiene, tem-se que ter toda a precaução, principalmente com os fungos, o maior inimigo da criação. Cuidar bem dos poleiros, dos bebedouros, dos ninhos e de todos os utensílios utilizados. Armazenar os alimentos fora da umidade e não levar aves estranhas para o criadouro antes de se fazer a quarentena.
Utilizar um macho de excelente qualidade para 5 fêmeas. Nunca deixá-lo junto pois ele quase sempre prejudica o processo de reprodução. O melhor é colocá-lo para galar e imediatamente afastar da fêmea.
Quando não estiverem em processo de reprodução dar a mistura de grãos acima descrita e a ração de codorna adicionada meio a meio com milharina, somente.
O canário que canta metralha é muito valorizado o que ajuda a transação dos filhotes. Assim, é recomendável procurar-se um que já cante este dialeto para ensinar os filhos desde o ovo. Esse método facilita muito o aprendizado. Se não for possível utilizar fitas, podem ser as do Magnata, do Tito, do Professor e do Fantoche. De canto comum tem a do Casaca. Se o interesse for para a fibra, utilizar a fita do Manezinho e na reprodução machos com a característica de canto curto e que volte a cantar rapidamente em todos os poleiros da gaiola. Há ainda a disputa de canto da modalidade “canto livre” é aquele que canta em 5 minutos.
Outra forma de criação importante são as mutações, muito comum no canário-da-terra. Cada vez mais pessoas estão se dedicando a elas, desperta muito interesse porque é o inusitado, o diferente, cada qual consegue fixar mais uma cor do que a outra. São canários cujas penas tem um tom bem mais branco ou amarelo ou canela. É um fenômeno da própria natureza – o albinismo - que os criadores estão fixando através da incrementação do cruzamento entre pássaros com essas características.
Para fins exclusivamente domésticos, como também é comum nos bicudos e curiós, outro tipo de criação, é o cruzamento entre sub-espécies. Na natureza não se misturam porque vivem e regiões diversas, são morfologicamente diferentes, a linguagem é outra e a cor das penas notadamente das fêmeas são dispares. Embora, domesticamente quase não haja diferenças entre o aspecto, o comportamento e a alimentação, os mestiços tendem em pouco tempo a não apresentar diferenças morfológicas com os puros. Utiliza-se os de origem do nordeste brasileiro e os originários do Peru. O mais comum é cruzá-los com o canário de origem paulista/mineiro. O nordestino é mais amarelo e mais belo, mais forte e resistente à doenças. O peruano é maior, tem o canto mais cumprido – muitos cantam mais de um minuto sem parar - e tem tendência a cantar metralha geneticamente. Por isso é bem mais fácil ensinar os filhotes. Em Guariba SP há inúmeros deles cantando um metralha de altíssima qualidade. E que tem sido campeões nos torneis de metralha, como é o caso do “Magia”, e “Tupamaro”, e mais “Cheiene”, “Magnífico” e “Carisma” de Antonio Michal 016-3512190 e “Sereno” José Furtado, “Cobra”do Aparecido Amoroso, Professor de Edilson Moretti, Tike de Nestor de Campinas e outros mais. .
E a roda de Fibra, principalmente em São Paulo e no Sul de Minas esse tipo de torneio de canto está cada vez mais concorrido. Há rodas como a de Ribeirão Preto e região onde participam cerca de 200 canários, com tendência a aumentar. Quem sabe se conseguirá filhotes para a fibra do tipo dos campeoníssimos da Tieta e Professor de João Paulo Pinto e Kid Vale. e Magnata e Águia de Fogo de Antônio Lázaro Fernandes Lobo 012-3804150.
O canário é um pássaro barato e o números de sócios reprodutores está crescendo muito.
Todos só querem filhotes de campeões e está provado que os pássaros nascidos domésticamente são melhores que os seus irmãos selvagens. O canário não foge à regra, é fácil comprovar. Cruzando-se os melhores com os melhores conseguiremos verdadeiras máquinas de cantar.
Uma sugestão importante : para obter pássaros campeões só cruze canários de excelente qualidade porque através desse tipo de melhoramento genético vamos cada vez mais desestimular que as pessoas procurem pássaros de origem desconhecida.
De outro lado, a utilização de canários para combates tem provocado uma forte reação contrária da mídia. Não há, como dizer e convencer à sociedade que essa prática é correta. O Poder Público, através do IBAMA, tem sido bastante rigorozo com as pessoas que exercem esse tipo de ação.

Escrito por Aloísio Pacini Tostes, em 2/9/2003
ARTIGO RETIRADO DO SITE DA COBRAP: www.cobrap.org.br

LIMPEZA E DESINFECÇÃO DO AVIÁRIO

A criação de aves em ambientes confinados propicia o crescimento, propagação de microorganismos e parasitas que são prejudiciais à saúde destas e até das pessoas que as manuseiam. Por isso, alguns cuidados básicos devem ser tomados para evitar que estes agentes venham a contaminar e se desenvolver nos aviários.
O importante é entender que nenhum programa de limpeza e desinfecção não pode substituir um bom manejo no aviário. A adoção de medidas como quarentena para novos pássaros, prevenção de contaminação transversal entre gaiolas e a utilização de fontes de alimentos e água de boa qualidade, são de fundamental importância para o sucesso na prevenção de doenças e contaminações por parasitas.
A utilização de desinfetantes e produtos para controlar parasitas das aves, deve ser feita com muito controle e somente quando for extremamente necessário, pois estes produtos são tóxicos para as aves, para o homem e podem causar resistência dos microorganismos (bactérias) e parasitas (ácaros), ao seu principio ativo, perdendo sua eficiência.
A limpeza contínua é de extrema importância, para evitar a infestação do aviário por agentes patogênicos e parasitas que infectam as aves. Os resíduos de alimentos como cascas de sementes e restos úmidos de farinhadas que ficam de um dia para o outro, fezes, penugens, etc devem ser retirados diariamente, pois podem servir de substrato para o crescimento para tais organismos. Também deve ser feito um programa para limpeza e desinfecção das paredes, comedouros, bebedouros, poleiros e gaiolas. As pessoas que fazem o manejo, devem usar roupas e sapatos limpos, lavar bem as mãos e utensílios.
Quando for necessário a utilização de desinfetantes, esta deve ser feita, seguindo as recomendações do fabricante (diluição e tempo de contato com o material), limpeza prévia das superfícies a serem desinfetadas. Também deve ser observado o grau de toxidade do produto utilizado para maior segurança dos animais e do homem.
Existem vários tipos de desinfetantes disponíveis no mercado, com diferentes princípios ativos, como o cloro, Glutaraldeído, amônia quaternária entre outros. A recomendação de cada uma destas substancias pode ser feita de acordo com as condições do aviário e segurança no manuseio.
Uma boa desinfecção é o resultado de um bom trabalho físico (limpeza de toda a matéria organica) e do desinfetante; por isso, a desinfecção deve ser feita quando o criador estiver completamente limpo, uma vez que os desinfetantes tornam-se ineficazes na presença de matéria orgânica.
A seleção de uma desinfetante depende da classe de enfermidades de maior incidência na região em determinada época, e das indicações sobre seu uso. É conveniente fazer-se rodízio periódico de desinfetantes.
Os desinfetantes têm melhor atuação a temperaturas de 18 a 21 C, devendo-se seguir as indicações e as regras de segurança.
Os compostos de Amônia Quaternária apresentam como vantagens: são atóxicos, estáveis, não-corrosivos, podem ser aplicados na presença das aves e tem boa ação sobre bactérias gram-positivas. Entretanto, pequena ação em pH ácido, inativam-se (em parte) em presença de matéria orgânica, possuem pequena ação sobre bactéria gram negativas e são neutralizados pelos detergentes aniônicos (sabões), por este motivo indica-se o uso deste associado com Glutaraldeído, que facilmente encontra-se no mercado já associado com diversos nomes fantasias.
Segue tabela apresentado um breve resumo dos pricipios ativos dos desinfetantes mais comuns no mercado e a sua recomendação de uso.

Propriedade Cloro Iodo Fenol A. Quaternária Formol
Bactericida + + + + +
Bacteriostático - - + + +
Fungicida - + + +/- +
Toxidade + - + + +
Atividade com Matéria Orgânica ++++ ++ + +++ +

Fonte: Canadian Departament of Agriculture, Hetchery Sanitation, 1970.

Em linhas gerais devemos adotar os seguintes procedimentos:
1- Escolher um desinfetante que contenha Amônia quaternária associado com outro desinfetante, e atualmente temos no mercado avarias opções como: Amoxes, Salvex, etc.
2- Fazer uma boa limpeza de toda a matéria orgânica, usando produtos de limpeza com cloro ativo.
3- Após o ambiente estar limpo e seco, fazer três pulverizações em dias alternados, utilizando sempre os mesmos horários, este preferencialmente deve ser no período da manhã em dias secos.
4- Devemos repetir a cada seis meses o mesmo procedimento, alterando apenas o principio ativo do desinfetante

Por: José Carlos Benites

Referências Bibliográficas
Nilipour, A. H., Biosseguridad II - El Costo, 1992.
Nilipou, A.H., Biosseguridad III - Los Detalhes, 1992.
Brunelli, Riccardo, El Gran Libro Ilustrado de Los Canarios, 1999.
Mark, R. Guía de las aves de odorno, 1981.

CRIAÇÃO: OS DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO DAS FÊMEAS

OS DISTÚRBIOS NO COMPORTAMENTO DAS FÊMEAS

O sucesso de criação depende do bom comportamento das fêmeas. Normalmente a fêmea colocada na presença do macho, faz o ninho, põe, choca os ocos e alimenta as filhotes. O macho pode ajudar na construção do ninho, pode chocar os ovos e participa na alimentação dos filhotes; sua função torna-se cada vez mais importante à medida que os filhotes crescem.

Os principais problemas do comportamento concernentes às fêmeas são os seguintes:

A FÊMEA NÃO PÕE

A FÊMEA DESTRÓI CONSTANTEMENTE O NINHO

A FÊMEA PÕE FORA DO NINHO

A FÊMEA PÕE SEM PARA

A FÊMEA PÕE, MAS NÃO INCUBA

A FÊMEA PICA OS OVOS

OS FILHOTES SÃO ATIRADOS PARA FORA DO NINHO

OS FILHOTES SÃO POUCO OU MAL NUTRIDOS

A FÊMEA PICA OS FILHOTES

Estudaremos todos esses diferentes casos.


A FÊMEA NÃO PÕE

Normalmente a postura é desencadeada pela visão do ninho; ela é favorecida pela presença do macho. Na ausência de ninho, a presença de m recipiente côncavo pode incitar a fêmea a por: ela pode por num comedouro. Mas é necessário que a fêmea esteja pronta para por e ainda que seu ovário contenha os futuros óvulos. Isto supõe que a temperatura e a luz tenham variado normalmente como aquelas produzidas na primavera. Muita luz e sem muito calor ou o inverso, muito calor e pouca luz provocam uma alteração do ciclo sexual, que é freqüentemente acompanhada por uma muda parcial.

Se a fêmea não põe, malgrado a presença do ninho e aquela do macho, pode-se mudar o macho e trocá-lo por outro mais ardente, mais viril. Se o comportamento da fêmea não muda, é necessário trocá-la por uma outra.

A melhor fêmea é uma de dois anos, cujo comportamento terá sido testado no ano anterior. Uma fêmea muito velha pode estar inapta a postura: ela tornou-se estéril.

A FÊMEA DESTRÓI CONSTANTEMENTE O NINHO


A maioria das fêmeas constróem metodicamente o ninho; empregam materiais grosseiros, depois materiais finos para o acabamento.

Algumas começam a construção do ninho sem contudo acabar: elas confundem freqüentemente os materiais e finalmente o primeiro ovo é posto num ninho inacabado e muito mal feito.

Geralmente este comportamento é hereditário, ele persiste de ano a ano. A fêmea não sabe fazer o ninho, isto porque ela nasceu geralmente num ninho mal feito.

O criador deve intervir para terminar o ninho ou oferecer à fêmea um ninho completamente feito.

No caso de um ninho de canários pode-se aí colocar um ninho de fibras de coco comprado no comércio. Aos exóticos pode-se oferecer um ninho bola, em vime, no interior do qual se cola um revestimento macio, que o pássaro não poderá arrancar. Geralmente o criador se contenta de terminar o ninho, aí colocando um suplemento de materiais e construindo uma cavidade para os ovos. Ele pode obter esta cavidade, fazendo rodar uma maçã no interior no ninho, ou moldando com sua mão.

Como no curso da criação, o ninho se suja, ela não pode hesitar em mudar o revestimento no momento em que ele se torne muito sujo.

Os filhotes têm necessidade de asseio e esta limpeza agirá sobre seu comportamento de adulto. Isto é sobretudo necessário quando o número de filhotes é importante. Isto é indispensável no momento em que os filhotes defecam sobre as paredes do ninho (mandaris, manons, etc.) e quando os pais penetram no ninho par alimentá-los.


A FÊMEA PÕE FORA DO NINHO

Sucede que uma jovem fêmea põe fora do ninho, seja sobre o fundo da gaiola, seja num comedouro. Ela não compreendeu a função do ninho que o criador ofereceu, e nem adotou.

O mais simples é colocar o ovo no ninho onde ele deveria ser posto; faz-se o mesmo para o segundo ovo, e assim por diante até a obtenção de uma postura normal, quando se coloca no ninho. Se as postura se faz num comedouro, tira-se o comedouro à noitinha, uma vez que a postura tem geralmente lugar as nascer do dia. Para seduzir a fêmea no ninho, pode-se aí colocar um oco claro (dum outro casal) ou um ovo falso.

É possível que a fêmea não ponha no ninho, porque ela está infestado pelos piolhos ou porque não é suficientemente próprio. O asseio é necessário e é preciso então mudar ao menos o revestimento do ninho entre duas ninhadas; contra os piolhos, emprega-se um inseticida em pó a base de piretrinas.

A FÊMEA PÕE SEM PARA



Encontra-se no ninho uma quantidade de ovos normal. No caso de uma espécie onde macho e fêmea são parecidos, é possível que o casal compreenda duas fêmeas. Isto se observa no caso dos manos, agapornis, mas também nos canários. É necessário sexar atentamente os pássaros.

Mas um casal normal, a fêmea pode por numerosos ovos. Geralmente são ovos claros e isto ocorre porque quando uma primeira postura era feita de ovos claros, a fêmea continuava a por. Uma observação atenta do número de ovos teria permitido ao criador ver que não se tratava de uma só postura, mas de duas sucessivas separadas por 5 a 6 dias.

Algumas fêmeas são capazes desde o 50 dia de reconhecer se um ovo está claro ou não; neste momento, elas podem abandonar o ninho ou por de novo.

Uma perturbação do comportamento pode explicar uma postura abundante e continua. A fêmea é vítima de um desarranjo endócrino.

Normalmente quando a postura atingiu a cifra própria à espécie (5 a 6 ovos no máximo), uma inibição se produz e isto bloqueia a produção de óvulos pelo ovário. Em alguns pássaros mais sensíveis que outros, o bloqueio tem lugar mais cedo e a fêmea põe menos ovos. A postura torna-se continua quando o bloqueio não tem lugar. É necessário tirar a fêmea e trocá-la por uma outra. Esta perturbação desaparece geralmente quando a fêmea é colocada em viveiro não contendo qualquer ninho, sobretudo na ausência de machos. Pode-se também atenuar-se pouco a pouco; a fêmea podendo por ainda alguns ovos num comedouro, antes de se tirar definitivamente.

A FÊMEA PÕE, MAS NÃO INCUBA



Esta perturbação pode Ter várias causas.

O desenvolvimento é desfavorável; há muito barulho ou a fêmea está inquieta. Pode ser suficiente mudar o lugar do ninho ou aquele da gaiola: a primeira ninhada estará perdida, mas uma segunda será levada a tempo.

A fêmea não choca porque os ovos estão claros, e isto porque ela não foi coberta pelo macho. É necessário tirar os ovos e aguardar uma Segunda postura. Se a fêmea não choca, é preciso mudar o macho. O melhor macho é aquele que não somente cobre freqüentemente a fêmea, mas também que a ajuda a ir para o ninho. Alguns machos chocam tanto e mesmo mais que a fêmea, mas o mais freqüente e necessário é que a fêmea comece a chocar.

A FÊMEA PICA OS OVOS

Acontece quando os pássaros comem os ovos. O criador que constata a presença de um ovo e não o vê no dia seguinte ou quando o número de ovos diminui. Freqüentemente não fica nenhum traço do ovo desaparecido: ele foi comido.

Um pássaro pode muito bem comer um ovo. Costumeiramente quando um filhote eclode, não se acha a casca: ele a comeu e isto evita que ela atraia a atenção de um predador, o que pode ter lugar quando a casca vazia é lançada fora do ninho. Sabe-se assim quando os pássaros de gaiolas podem consumir os fragmentos de cascas; esses fragmentos dados pelo criador são uma fonte de cálcio. Por prudência ele vai dar o melhor, um osso de ciba (sépia), ostras trituradas ou fragmentos de cascas de ovos...

É anormal que um ovo seja comido depois de ter sido posto. Geralmente, o criador acusa o macho. Pensa-se que o macho viu o ovo um corpo estranho que ele quer tirar do ninho; o ovo é quebrado e comido. Isto é possível, mas a fêmea pode comer os ovos. É o que tenho constatado com um casal de mandarins. Para saber se comia o ovo, coloquei sobre a casca um produto utilizado para impedir as crianças de roer as unhas. Um primeiro ovo desapareceu sem problema aparente nos pássaros.

Porém após o desaparecimento do segundo ovo, a fêmea foi gravemente intoxicada, enquanto que o macho ficou normal. A mãe era, pois, culpada. É preciso, então, no momento em que os ovos desaparecem depois de terem sido postos, tirar a fêmea e trocá-la por uma outra.

OS FILHOTES SÃO ATIRADOS PARA FORA DO NINHO



Acontece quando os filhotes são encontrados fora do ninho, sobre o fundo da gaiola. Freqüentemente apresentam feridas provocadas por cortes de bico.

No momento em que o criador se apercebe, rapidamente deve colocar os filhotes no ninho. Podem cair acidentalmente ou ser assassinados pelas patas da fêmea, quando abandona muito brutalmente o ninho.

É necessário então evitar assustar a fêmea que choca, e cuidar para que o ninho seja suficientemente profundo.

Mas é possível que os filhotes tenham sido lançados fora do ninho por um dos pais. Pouco depois da eclosão, o principal culpado é o macho; ele não reconheceu no filhote o produto de um ovo, e o lançou para fora numa preocupação de propriedade, ou de defesa do ninho. Neste caso, é preciso tirar o macho, esperando que todos os filhotes tenham eclodido e chegado a ser bastante grandes. No Diamante de Gould, mais sujeito ao estresse, o macho pode reagir a uma perturbação (barulho, visitante estranho ...) lançando os filhotes pouco depois.

No momento em que os filhotes estão emplumados e prontos para sair do ninho, podem ser lançados pela fêmea desejosa de limpar o ninho para tornar a por. Algumas fêmeas tornam a por num ninho ainda ocupado, mas outras expulsam os filhotes a golpes de bico. O sangue pode ocasionar a bicagem: os filhotes estando ainda depenados. Eles podem morrer.

OS FILHOTES SÃO POUCO OU MAL NUTRIDOS



O crescimento dos filhotes é programado: se ele é retardado, os pais podem abandoná-lo. Na natureza um retardamento no crescimento corresponde a uma doença ou ainda ela afeta o último-nascido; esses pássaros estão condenados; eles não darão jamais um adulto robusto; os pais tem pressa de fazer uma nova ninhada, e cessam de alimentar os atrasados. Este comportamento permite a seleção natural indispensável a sobrevivência da espécie.

Na criação, o atraso de crescimento tem as mesmas causas, mas o abandono é menos brutal. Um pássaro cego será alimentado tanto quanto será capaz de pedir com insistência sua alimentação: cessará de o ser, quando não virar mais o bico do lado certo. Os filhotes debilitados por doença (freqüentemente colibacilose) serão cada vez menos alimentados visto que eles terão cada vez menos força para pedir, levantar a cabeça e abrir o bico.

No que concerne aos filhotes de crescimento mais lento numa ninhada, trata-se ou de mutantes, ou de últimos nascidos, Para salvá-los, o criador confiá-los-á a outros pais, que tenham filhotes no mesmo estágio ou mais filhotes. Para que todos filhotes de uma ninhada sejam salvos, é necessário que a ninhada fique homogênea, isto quer dizer que todos os filhotes cresçam regularmente.

Pode-se ativar o crescimento dos filhotes, dando-lhes uma pasta enriquecida em vitaminas e oligoelementos. No início do crescimento, os protídios devem representar perto de 25% da ração; a seguir sua taxa deve diminuir regularmente em benefício dos glucidios (amidos dos grãos). Na natureza, os pássaros aí compreendidos, os granívoros, fornecem aos recém nascidos uma alimentação muito rica à base de insetos e de polén, bem como filhotes de larvas e grãos germinados. Por conseguinte, eles dão mais grãos de amoras:

Se é necessário, em caso de doença, utilizar um antibiótico, ele deve ser associado a uma mistura vitaminada de grãos germinados.

Um antibiótico pode provocar uma carência em vitaminas e retardar o crescimento...!

A FÊMEA PICA OS FILHOTES


Dissemos qual a fêmea desejosa de por pode expulsar os filhotes para fora do ninho e picá-los par arrancar-lhes as penas. Esta hostilidade cessa no momento em que os filhotes deixam o ninho, salvo se o sangue correu. No último caso, a visão do sangue tem um efeito agressivo: ele estimula a bicagem. É necessário isolar o filhote, tirar a pensa que sangra e colocar um pó bactericida sobre a ferida.

Filhotes machos podem ser igualmente picados pelo pai que os deseja expulsar. Se os filhotes devem ser deixados na presença dos pais, é necessário dispor de uma gaiola suficientemente grande ou colocar uma separação através da qual os pais poderão alimentar os filhotes.

Quando uma gaiola é muito pequena os pais tem tendência a picar os filhotes. Pode-se também evitar isto, colocando os pais e os filhotes que deixaram o ninho numa outra gaiola, onde não haverá ninho.

CONCLUSÃO

Os distúrbios de comportamento não são raros numa criação. Isto vendo fato de que se está longe das condições naturais bem como em matéria de ambiente, quer de material ou de alimentação. Cuidados de atenção e a experiência permitem evitá-las ou tratá-las. A maior parte dessas perturbações não são hereditárias e não duram de ano a ano. O criador deve ter interesse de possuir muitas fêmeas e vários machos de reserva; mudam o macho ou a fêmea sendo este o meio mais eficaz para por fim a um distúrbio de comportamento que torna um casal improdutivo.



Maurice Pomarede – França
Revista Pássaros Ano 3 nro 09/98

COMO INICIAR UMA CRIAÇÃO DE CANÁRIOS

COMO INICIAR UMA CRIAÇÃO DE CANARIOS


Embora teoricamente possa parecer extremamente fácil montar uma criação de canários não é o que ocorre na prática.

A decisão de inciar a criação não pode estar amparada apenas em cima de alegação de que "gosto muito do canto dos canários belgas e rollers".

Antes de se decidir pela montagem de um plantel é necessário refletir sobre certos aspectos como por exemplo.

Disponibilidade financeira;
Disponibilidade de tempo;
Disponibilidade de local
Aceitação familiar;
Disponibilidade para leituras técnicas;
Possibilidades de intercâmbio.

Há pessoas que mantêm um ou dois casais de canários pendurados em qualquer canto da casa e que acabam por obter alguns filhotes. Mas não é disso que estamos falando. Na realidade, o que pretendemos é comentar os vários aspectos da montagem e desenvolvimento de um plantel, dentro de critérios técnicos mínimos que permitam ao criador entrosar-se no meio ornitológico e até mesmo se tornar um campeão.
Tomada a decisão de se iniciar uma criação vejamos o que deve ser considerado.


.A escolha da variedade ou raça do canário

Os canários atualmente estão distribuídos em:

Canários de cor, com ou sem fator vermelho;
Canários de porte e desenho;
Canários de canto clássico.

É desejavel que o pretenso iniciante visite uma exposição onde possa observar e ouvir (no caso dos canários de canto) todas as cariedades, nos concursos regionais. De qualquer modo já é um bom princípio visitar uma exposição local ou regional.
Entre os canários de cor a opção mais fácil recai sobre os canários sem fator (brancos, amarelos) que dispensam a administração diária do suplemento corante (cataxantina) para manifesta toda a plenitude de suas cores.

A administração da cataxantina além de onerosa é trabalhosa e mesmo criadores experientes costumam ter problemas com sua administração.

Aconselhamos, portanto, que os principiantes iniciem com brancos e amarelos até mesmo com pássaros da linha escura sem fator.

Aqueles que optarem pelos canários de porte e de desenho (LIZARDS) deverão decidir por uma ou duas raças, no máximo. Os ingleses, tradicionais criadores das raças de porte e desenho, são quase sempre especialistas em uma determinada raça border,


Aqui, ao contrário dos canários de cor cada raça apresenta características próprias que deverão ser observadas e trabalhadas.

Com relação aos canários de canto-clássico é necessário ser dotado de um certo dom musical ou será completa perda de tempo e dinheiro. Estes pássaros são avaliados pelas notas ou conjuntos de notas musicais que emitem. Exigem muita paciência e tempo para ouvi-los e selecionar os melhores cantores. Definido o que criar vamos adiante.

2.Quantidade e local

São os fatores fundamentais de decisão. A quantidade depende necessariamente do local que se predente acomodá-los. E mesmo que o local permita não se deve iniciar com um grande número de casais.

Diriamos que o número ideal de casais para iniciar uma criação é de no máximo 10 (dez), alguns podem achar muito e outros muito pouco.


Número de casais Área Média Filhotes/Casal Tempo de dedicação/dia
9 5 m2 08 – 10 30 min.
18 10 m2 06 – 08 60 min.
54 30 m2 05 – 06 90 min.
108 60 m2 04 – 05 120 min.
216 120 m2 04 >180 min.

Tabela 1 – Quantidade e local para criação de canários, considerando gaiolas de 60x40x30 cm.
Para esclarecer alguns aspectos da quantidade montamos a tabela 1, que representa aproximadamente o que em média ocorre na prática. É evidente que em função de muitas variáveis tais dados podem ser bastante alterados.

Com respeito ao local o ideal é que seja especificamente destinado à criação; bem iluminado, voltado para a nascente, com janelas amplas e teladas (pernilongos são inimigos mortais dos canários). Cômodos úmidos e frios são sinônimo de insucesso. A iluminação, pode ser controlada artificialmente desde que tecnicamente bem orientada (lâmpadas especiais e TIMER’S).

É importante lembrar que o local deve ser suficiente para acomodar os futuros filhotes e que as voadeiras geralmente em conjunto de três ou quatro não acomodam mais do que 15 – 20 filhotes cada.

Deve estar previsto, ainda, que o local ou criadouro de acesso à área ou pátio onde os pássaros possam ser expostos ao sol (banho e sol são fundamentais para desenvolver a plumagem). Recomenda-se não esquecer os pássaros ao relento quanto o tempo estiver nublado ou na existência de ventos, pois as correntes de ar podem causar sérios problemas respiratórios levando ao óbito.

Outro aspecto que deve ser observado é quanto à forração e vedação do criadouro. Insetos e roedores (camundongos) são extremamente indesejáveis. Seus dejetos podem transmitir doenças e sua presença principalmente, à noite pode causar verdadeiro caos na criação.

3.Gaiolas, acessáorios e utensílios

A gaiola ideal para a criação de canários deve possuir dimensões aproximadas de 60x40x30 cm, divisória central, laterais removiveis, bandeja, duas portas de mola e duas portas-guilhotina.

É perfeitamente possivel criar com qualquer outro tipo de gaiola, mas o criador irá descobrindo pouco a pouco a necessidade de se adequar ao modelo ideal.

A padronização é outro elemento fundamental, pois o que serve em uma serve na outra. Assim pode-se facilitar o corte de papel para forrar a bandeja sem a preocupação de tamanhos diferentes.

Manter grades e poleiros em duplicata, também é norma habitual e facilita a troca sempre que necessário.

Evite comprar um artigo pior somente porque é mais barato. Você poderá sentir na pele os efeitos de tal compra: uma aresta mal lixada pode causar escoriações ou mesmo verdadeiros cortes na pele.

É necessário, ainda, manter um determinado número de gaiolas individuais de modo a permitir o preparo de alguns exemplares para concurso e, eventualmente, separar algum pássaro por qualquer outra razão: doença, debicagem, observação, etc.


Publicada por moranguito_Edu em Quarta-feira, Setembro 24, 2008

A FORMAÇÃO DA COR NOS CANÁRIOS

A Formação da cor nos canários



".....Teorias mais modernas reconhecem 3 tipos de melanina: Eumelanina Negra, Eumelanina Marron e Feomelanina. As melaninas são formadas no organismo e depositadas nas penas por processos internos, diretamente ligados à Tirosina, um aminoácido presente no sangue dos canários..."

Márcio Fernandes - Juiz OBJO


Conforme é do conhecimento geral, a cor do canário é formada basicamente por lipocromo e melaninas. Mas, afinal de contas, o que são lipocromo e melaninas?

LIPOCROMOS

Os lipocromos são formados por pigmentos chamados carotenóides que podem ser do tipo carotenos e xantofilas. Pelo tipo de lipocromos os canários podem ser:

* Amarelo e Amarelo Marfim, pela origem dos canários ancestrais;
* Vermelho e Vermelho Marfim, pela hibridação com o Tarim da Venezuela;
* Branco e Branco Dominante, pela ausência total de qualquer tipo de lipocromo.

Ao contrário, a cantaxantina, que não existe na alimentação normal do canário, tem que ser adicionada. É depositada diretamente nas penas, não formando reservas no organismo. Se o fornecimento for suspenso, as penas em crescimento se tornarão mais claras, daí a necessidade da adição continuada da cantaxantina na alimentação, ao menos durante o período da muda.

ALIMENTAÇÃO X DEPÓSITOS DE LIPOCROMOS

Sendo os depósitos de lipocromo diretamente influenciados pela alimentação, podemos alterar a cor original do canário, definida por seu patrimônio genético, manipulando a alimentação. Alguns exemplos:

As verduras contém pigmentos vegetais, especialmente a zeaxantina, com a forte tendência a dourar nossos canários amarelos, afetando negativamente a qualidade do lipocromo. Quanto mais verde, mais zeaxantina a verdura contém. É interessante ressaltar que, no caso do fator marfim, este efeito é benéfico à cor. Ao invés de dourar o canário amarelo marfim, o excesso de zeaxantina intensifica sua cor. O uso de um lipotrópico, produtos com base em cloreto de colina e metionina, que atue sobre o fígado, acelerando o metabolismo, intensifica a deposição do lipocromo, melhorando a cor.

A gema do ovo, o milho amarelo, o gérmen de trigo, a alfafa (muito pouco usado na ração de canários), contém muita zeaxantina, daí provocar os mesmos efeitos que as verduras frescas quando fornecidas em excesso.

Os carotenóides competem com a cantaxantina na coloração dos canários vermelhos, daí a recomendação de se evitar rações ricas em outros carotenóides quando da muda de canários desta cor.

A luteína é abundante nas sementes

MELANINAS

Teorias mais modernas reconhecem 3 tipos de melanina: Eumelanina Negra, Eumelanina Marron e Feomelanina. As melaninas são formadas no organismo e depositadas nas penas por processos internos, diretamente ligados à Tirosina, um aminoácido presente no sangue dos canários. A Tirosinase, enzima que participa do processo de oxidação da Tirosina, fabrica uma molécula em forma de oito, que associada à presença da enzima Tirosinase e a intensidade da melanização é diretamente proporcional à quantidade de Tirosina disponível no processo de oxidação. Os processos de polimerização vão determinar a formação da Eumelanina Negra, Eumelanina Marrom e/ou Feomelanina.

ALIMENTAÇÃO X DEPÓSITOS DE MELANINA

Como o processo de melanização não depende diretamente da alimentação, não há como influenciar diretamente os depósitos.

Aditivos comerciais disponíveis no comércio de produtos para canários, que oferecem intensificação da melanização pela sua adição à alimentação foram testados e nenhum resultado significativo foi detectado.

É evidente que fornecendo-se alimento que intensifique o brilho da plumagem, por exemplo, esta mostrará melhor as melaninas do canário, bem como seu desenho, tornando-o melhor aos olhos dos apreciadores.

Assim a recomendação neste momento é fornecer um teor maior que o normal de lipídeos durante a muda para tornar a plumagem mais sedosa, com mais brilho e assim demonstrar melhor o tipo do canário.



Bibliografia:
- Le Canari - Précis de Canariculture Maurice Pomarède - Editions du Point Vetérinaire
- Como Criar Canários - Frans Kop Vade - Mécum do Criador

DOENÇAS COMUNS AOS CANÁRIOS

Doenças comuns aos Canários

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ENTERITE:
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Dores abdominais, diarréia, plumas da cloaca sujas pelas fezes, estrias de sangue. Abdômen duro, vermelho violeta. Pára de cantar. Tem muita sede. Emagrecimento rápido. Dependendo da causa: Vermífugos, coccidiostáticos, antibióticos, antimicóticos. Eliminar as verduras. É útil a administração de 2 gotas de Aderogil no bebedouro de 50 cc.



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INDIGESTÃO / CONSTIPAÇÃO
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Ventre inchado. Fezes duras, cloaca inchada e de cor vermelha. Dificuldade de evacuação. Dar no bico 2 gotas de óleo de parafina. Introduzir, prudentemente, na cloaca um pouco de azeite de oliva. Administrar verduras, maçã e infusão de tília para beber.



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COLIBACILOSE
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Sonolência. Falta de apetite. O pássaro se retira para um canto da gaiola. Diarréia esverdeada que deixa as penas ao redor da cloaca sujas. Vômitos freqüentes de alimentos misturados a uma substância e a um fluido esverdeado. Nesses casos a mortalidade é muita elevada entre o primeiro e o segundo dia. Dentre outros, mencionamos: Zooserine, quemicetina solúvel, Cloranvex e Gentamicina (colírio 1 gota no bico). A medicação deve ser oferecida conforme a bula.



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SALMONELOSE
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Na forma fulminante o pássaro se retira para um canto da gaiola e fica a dormir, com as penas soltas, asas caídas e com a respiração ofegante. Morte repentina. A parasitose em forma fulminante tem incubação de 1 a 3 dias. O mesmo descrito no item 3. Além desse, pode ser feito tratamento com sulfas (Vetococ, Neosulmetina, Coccirex). Nota: Durante a criação deve ser evitado o uso indiscriminado de produtos com sulfa, porque esterilizam o macho por 22 dias aumentando bastante o risco de complicações com Cândida.



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SALMONELOSE
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Na forma aguda o pássaro pára de cantar. Falta-lhe vivacidade e o mesmo se retira para o canto da gaiola com as penas eriçadas e os olhos semi-cerrados. Inapetência, muita sede e diarréia verde-amarelada. Cloaca suja de fezes, ventre inchado e respiração ofegante. Além dos medicamentos indicados no caso precedente, dar sulfas com os cuidados recomendados. Os pássaros que conseguem ser curados ficam por via de regra, portadores de germes.



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STREPTOCOCOS
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Sono contínuo. O pássaro se isola em um canto da gaiola. Cloaca suja pela diarréia. Emagrecimento rápido. Respiração ofegante. A cauda e as asas caídas. Aumento do ritmo respiratório, bico aberto. O pássaro pode, de tempos em tempos, emitir ruído agudo. Durante 5 dias deve ser oferecido ao pássaro doente um dos seguintes produtos: 100 PS (vide bula), Linco Spectin (1 g para 1,5 I. de água), Tylan 200 (1 gota no bico).



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TIFOS
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Asas caídas, penas soltas e diarréia verde. Mortalidade muita elevada e rápida, entre 12 e 24 horas. O mesmo que os itens 3 e 5. 8 -



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HEPATITE
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Falta de apetite ou fome exagerados. Manchas violáceas no ventre, com hipertrofia do lóbulo hepático Pro Livre (5 gotas no bebedouro) noz vômica, Antitóxico SM (vide bula), Epocler (10 gotas no bebedouro por 5 dias). Recomenda-se suspender a farinhada e manter somente alpiste e chicória.



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VARIOLA / BOUBA
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(Forma Aguda) A princípio, não apresenta nenhum sintoma particular. O pássaro fica apático e se retira para um canto da gaiola com as penas eriçadas e respiração difícil. Na chamada forma diftérica o vírus provoca o aparecimento de pequenas placas como se fossem membranas branco amareladas na boca e nas vias respiratórias causando sérios problemas. Neste caso a antibioticoterapia é geralmente ineficaz; a única ação válida é preventiva por vacinação. Existe a francesa "Kanapox" Rhone Merieux e a americana "Poximune C" Biomune Inc.



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VARIOLA / BOUBA
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(forma crônica) A princípio, a queda de pequenas penas ao redor dos olhos. As pálpebras engrossam. Pode parecer plefarite com secreção purulenta que fecha o olho. Lesões epiteliais típicas da varíola. Furúnculos com até 5mm de diâmetro, de cor amarelada/esbranquiçada cheios de líquido purulento. Por vezes eles se cobrem de uma membrana que parece casca e atinge com mais freqüência a fixação do bico junto a cabeça e cavidade interna do bico, faringe e ouvidos. As generalidades dos sintomas são aquelas da forma aguda A forma cutânea pode ser tratada com tintura de iodo ou mercúrio cromo em uma solução alcoólica a 3% ou Thuya. A Quemicetina (4 gotas no bebedouro) pode, em alguns casos, mostrar eficiência.



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CORIZA
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Falta de vivacidade, anorexia, corrimento de cerume das narinas, que pode se tornar um ranho purulento, continuamente freqüente, com tosse. Respiração difícil. Mucosa congestionada Limpar as cavidades das narinas com algodão impregnado com permanganato de potássio solução 1/1000. Dar um dos seguintes remédios 100 PS conforme a bula. Linco Spectrin 1 g em 1,5 L. de água, Tylan 200, 1 gota no bico. O tratamento deve ser mantido até o desaparecimento da doença.



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DOENÇA RESPIRATÓRIA
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(crônica) - D.R.C Dificuldade de respiração, espirros, corrimento nasal e ocular. Esta doença é bastante semelhante a coriza. Tylan 200 (1 gota no bico), Linco Spectin (1g em 1,5 I. de água), Ofticor (2 gotas no bico). Tratamento de 1 semana.



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SINUSITE INFECCIOSA
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Corrimento freqüente das narinas e dos olhos que ficam injetados com inchação ao seu redor, podendo apresentar pus. O pássaro não come e permanece com a cabeça embaixo das penas recolhido num canto do poleiro ou no fundo da gaiola. Esfrega, seguidamente, o bico contra o poleiro ou arame. Respiração difícil. Lavar as narinas e olhos com água morna. Pingar 1 gota de Hidrossin em cada narina. Na água pode ser usado Auromicina Avícola, Vetococ, Tylan 200 ou Linco Spectin. A medicação deve ser oferecida conforme a bula.



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PNEUMONIA
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Falta de vivacidade. Respiração difícil. O bico pode ficar com uma cor violeta. O pássaro coloca a cabeça para trás debaixo da asa. A cauda acompanha o ritmo respiratório. Febre, asas caídas, penas eriçadas Baytril ou Tylan 200 (1 gota no bico) Linco Spectin, Oftcor (2 gotas no bico). Reforçar a alimentação adicionando vitaminas na farinhada.



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AEROSACULITE
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Respiração difícil e ruidosa com silvos pronunciados. Falta de vivacidade, o pássaro fica infértil e não canta. O mesmo do item 14.



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ASMA
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Respiração difícil com acesso asmático muito intenso e freqüente. queda do poleiro; morte por asfixia. Nos casos muitos graves, imobilidade, olhos entreabertos, penas soltas. Respiração acelerada intermitente com emissão do pequemos gemidos. Administrar os mesmos medicamentos do item 14.



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MUDA ANORMAL
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Muda de penas fora de tempo, irregularidade na formação das penas ou quedas contínuas. Identificar e sanar o problema que pode ser: Mudanças bruscas de temperatura; excesso de calor ou frio; local muito úmido ou muito seco; correntes de ar; mudança de alimentação; Stress; baixa luminosidade durante o dia; excesso de luminosidade artificial. Identificada a causa, administrar boa farinhada enriquecida com vitaminas e minerais diariamente.



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TEIGNE
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Manchas redondas ao redor das pálpebras, perto do bico ou ainda nos ouvidos com formação de escamas secas. Desinfetar bem a gaiola, com Biocid. Aplicar com cautela pomada antimicótica, Canesten.



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PARASITOSE EXTERNA
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Queda de plumagem, emagrecimento, anemia demonstrando as patas pálidas e olha comprimidos Desinfetar a casa 3 meses com Kil Red (20 g para 6 litros de água), gaiolas, equipamentos e pássaros. É indispensável que o produto seja pulverizado nas paredes e estantes. O SBP também pode ser usado, contudo, como se volatiliza rapidamente, o risco de reinfestaçâo é maior.



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PIPOCAS DA PATAS
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Inchação das juntas e furúnculos nas patas. Aplicar pomada Nebacetin até a cura e dar na água 5 gotas de Benzitrat.



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STREES
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O pássaro fica sonolento, abatido. Muito especialmente ao retornar de exposições ou viagens longas. Tumulto dentro do canaril provoca agitação nos pássaros, causando-lhes stress. Administrar vitaminas: Potenay 812, ou Vita Gold (5 gotas no bebedouro) e farinhada reforçada com Rosivolt, maça, verdura e jiló



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INFERTILIDADE
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Ovos claros, o pássaro não entra em forma para reprodução . A fêmea recusa sempre o macho ou vice versa. Vitaminas e alimentação sadia devem ser oferecidos aos pássaros para que na época da reprodução estejam em forma. E recomendável adicionar em 1 quilo de farinhada seca 2 gramas de Vitamina "E" em pó.



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CANDIDIASE
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Penas arrepiadas, falta de apetite, dificuldade para ingerir alimentos, vômitos e as vezes diarréia Assim que aparecer os primeiros sintomas, bons resultados são conseguidos com Micostatin (1 gota no bico) e 8 gotas no bebedouro. Nizoral (1 comprimido transformado em pó adicionado a 1 quilo de farinhada seca) também produz bom efeito.



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COCCIDIOSE
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A cossidiose raramente provoca mortes rápidas. As penas ficam eriçadas, a ave fica abatida surgindo 0 osso do peito saliente, chamado de peito de falcão. Desidratação e diarréia com fezes com estrias de sangue ou de coloração bem escura. Vetoco, Coccirex e Amprolium. Os medicamentos devem ser ministrados de acordo com as bulas. Recomenda-se adicionar a farinhada complexo vitamínico e Hidrax ou Pedyalite.



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ASPERGILOSE RESPIRATÓRIA
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O tratamento é difícil; o ideal é prevenir tratando as sementes com um alumino silicato (seqüestraste). De qualquer forma a cura pode ser tentada com Ancotil na dosagem de 120 a 250 mg por quilo de farinhada seca, oferecida por 3 dias. Movimento de cauda acompanhando a respiração, abrir e fechar do bico com muita freqüência. A respiração em alguns casos é bastante ruidosa. Não há tratamento satisfatório com medicamentos específicos, contudo, algum resultado pode ser conseguido com NF 180 (2 g para 1 quilo de farinhada seca) e complexo vitamínico para melhorar a resistência.



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ÁCAROS RESPIRATÓRIOS
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Acesso asmático repentino, porém mais freqüente à noite e à tardinha, ou depois de se alimentar. Respiração penosa, sibilante, com assobio. Acesso de tosse com expectoração contento muitas ácaros. Plumagem em desalinho, abertura do bico sincronizada com os movimentos respiratórios. Após as crises, os pássaros voltam ao estado de aparente normalidade. A presença de ácaros respiratórios Sternostoma Traqueacolum - ocorre, em maior ou menor grau, na maioria dos criadouros. Isolar o pássaro doente. Desinfetar as gaiolas todos os dias com solução Biocid na proporção 2 ml por litro de água. Aplicar vacinação adotando o processo de arrancar algumas penas da coxa do pássaro, esfregando, levemente, uma gota de Ivomec. A medição deve ser repetida 15 dias após e na segunda aplicação da vacina não havendo melhora do pássaro, o mesmo não está acometido de ácaros, devendo ser tentado outro tratamento.



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CARÊNCIA DE VITAMINAS
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Falta vigor, queda de penas fora de época e falta de apetite. Os machos não cantam e de modo geral pássaro fica adormecido durante o dia no fundo da gaiola. Oferecer 5 gotas de Potenay B12 ou Vita-Gold em bebedouro de 60 ml de água, diariamente. Alternar com Ferro SM no bebedouro por período de 15 a 20 dias. Alimentação enriquecida com maça, jiló e verduras em dias alternados durante 30 dias. Banhos nos dias quentes e sol durante 15 minutos no horário da manhã. A farinhada com ovo cozido não deve faltar.



Autor: Paulo Cantoni
FONTE:http://canariculturatuga.com/forum/doencas/doencas-comuns-aos-canarios/
Publicada por moranguito_Edu em Sexta-feira, Fevereiro 26, 2010 0 comentários Hiperligações para esta mensagem